quarta-feira, 11 de janeiro de 2017


Unindo Gregos e Troianos

 

                            Alexandre Magno (o Grande) conquistador macedônio (que os gregos diziam grego) viveu de 356 a.C. a 323 a.C. Era filho de Felipe II da Macedônia e foi ensinado por Aristóteles, que deve ter transferido a ele sua percepção de mundo, bem como grande ambição. Morreu com apenas 33 anos, como Cristo, e em tão pouco tempo, a partir dos 18 anos, por conseguinte em apenas 15 anos conquistou grande parte do mundo conhecido até então, chegando até a Índia. Por onde passava adotava as religiões e deuses do lugar e fazia casar seus generais com as nobres da região.

                            Tanto levou a Grécia ao Oriente quanto trouxe a Índia ao Ocidente, fazendo o contrário daquilo que os gregos haviam feito na Guerra de Tróia, quando a destroçaram completamente, lá pelo século 12 antes de Cristo, portanto, uns 800 a 900 anos antes. Em vez de separar gregos e troianos, Ocidente e Oriente, uniu-os, o que foi muito positivo, como Cristo faria posteriormente de modo muito mais completo e proveitoso.

                            Por essa ótica a aventura de Alexandre nunca foi investigada. Depois de sua morte precoce e súbita seus generais repartiram o império recém conquistado, cada um ficando com uma grande porção. Ptolomeu se apoderou do Egito, que foi depois o celeiro de Roma e de todo a Europa por muitos séculos. Sua descendente, Cleópatra, juntou-se a César (100 a 44 a.C.); quanto este morreu bandeou-se para Marco Antônio (82 a 30 a.C.), derrotado pelo depois denominado Augusto (63 a.C. a 14 d.C.). Os ptolomeus tornaram-se completamente egípcios, naturalmente por instigação dos planos de Alexandre, que fundou no Egito o que viria a ser a maior biblioteca da Antiguidade, Alexandria, que, se não tivesse sido sucessivamente queimada por idiotas teria rivalizado com algumas contemporâneas.

                            Alexandre espalhou o que viria a ser conhecido como Civilização Helênica, o helenismo, que tanto deu quanto recebeu. Foi a primeira ponte entre Ocidente e Oriente, fora as invasões precedentes vindas das estepes. Foi um feito notável, mais do que suas conquistas militares, propriamente, o que foi pouco investigado, naturalmente. Visam mais os feitos guerreiros que as conquistas culturais garantidoras de futuro. São as misturas que geram novos potenciais de crescimento, como de cada vez que há queda de um baluarte (digamos, Queda de Constantinopla) e o conhecimento ali retido derrama-se por um campo virgem dele. Não é atoa que o chamaram de Grande, com uma vida assim tão curta e tão proveitosa, neste sentido.
                            Vitória, quarta-feira, 27 de novembro de 2002.

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