terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Segunda Libertação

 

                            Há uma primeira libertação nacional (ou estadual, ou municipal/urbana), que diz respeito à expulsão do inimigo externo, quando há uma guerra de libertação contra as forças alienígenas. Depois, há a luta contra o inimigo interno, contra os nativos que continuam copiando o estrangeiro porque não acreditam em si mesmos, pois não conseguem aceitar que seu povo e as elites locais possam ter autonomia criativa, social, civilizatória, cultural, inventiva, de Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática).

                            Essa é a segunda libertação.

                            É preciso convencer esses copiadores do modo estrangeiro de ser, por exemplo, do american way of life, o modo americano de viver, de ser, de estar, de trabalhar, de amar, de tudo. Fazer ver que eles não são avançados coisa nenhuma, ou não são o único modo de avançar, e que há tantas alternativas condizentes com a dignidade nacional.

                            Essa segunda libertação tanto pode dar-se de modo violento, como quando há guerra civil de expulsão dos irredimíveis serviçais internos, ou de modo tranqüilo, numa transição suave e sem cortes profundos, quando as elites e o povo servil puderem ser convencidos de que há uma alternativa para saltos autônomos. Evidentemente, se a segunda não puder ser conseguida por consenso a primeira será praticada, com todo derramamento de sangue já conhecido sobejamente na geo-história do mundo Terra.

                            Eu prefiro sempre essa alternativa pacífica de transição entre o servilismo nacional e a verdadeira autonomia psicológica socioeconômica. Prefiro sempre. Mas, se não houver alternativa, da minha parte eu caminharia para a guerra civil.

                            Vitória, sexta-feira, 01 de novembro de 2002.

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