terça-feira, 3 de janeiro de 2017


Refinamento do Modelo do Balde

 

                            Adiantando mais um pouco, mas visando diferente, pense agora na camada mais exterior do Balde, o tantinho de água que fica mais para cima, nos limites da borda dele. Ali é a crosta virtual, de forma que ali estão as placas tectônicas virtuais e os continentes virtuais. Acontece que esse limite é diminuto mesmo, algumas moléculas de água, representando justamente aquele um a 70 quilômetros que a Crosta verdadeira da Terra ocupa.

                            Quando as densidades sejam introduzidas, com as pressões gravitacionais empurrando para baixo, gerando calor e movimento das camadas, as configurações deverão aparecer. Colocando cores artificiais na modelação matemática, poderemos ver no espectro, do vermelho ao azul - vermelho representando calor e azul frio, como é usual -, de forma que quanto mais para o centro mais vermelho e quanto mais para a borda mais azul. Aparecerão nuvens. Conforme as massas, os volumes, as gravidades, as tensões dos outros “baldes” próximos (planetas, estrelas, satélites, objetos variados), as atmosferas serão mais ou menos densas, por comparação com a 1,0 atm. de definição daquela da superfície média do nosso planeta. E 1,0 G para o poço de gravidade, condições de insolação, etc., de modo que com bastante criatividade poderemos ver os tufões se formando no equador virtual do Balde, veremos as condições de 300º K ou cerca de 27º C, que é a média, enfim, as CNTP, as Condições Normais de Temperatura e Pressão. CNTP da Terra, bem-posto, ou simulando as de qualquer planeta-balde que quisermos.

                            Agora, será preciso “abrir” a linha tênue em volta do balde de água, na parte de cima das paredes, de modo que elas assumam mesmo metade da circunferência da Terra de cada lado. Aprendendo a fazer isso (não atinei como, ainda) veremos o fosso, o parabolóide de revolução que representa a esfera gravitacional real da Terra, em volta do qual estará a pseudo-superfície virtual, espalhando-se em círculo em volta do centro-furo, para além do Balde.

                            Quando tiver se tornado automático o procedimento de modelação inversa, poderemos mover as massas de água, de terra, de ar, de energia – superficial ou mais profundamente - um, dois, quatro, oito, dezesseis quilômetros, o que for. As modelações que sugeri como forma de aprendizado em algum ponto lá para trás agora se tornarão reais, tão próximas da verdade quanto queiramos, em todas as variações possíveis, porque as máquinas, girando a bilhões de flops por segundo poderão apresentar quantas versões queiramos, mudando os parâmetros ligeiramente para, digamos, ter as terras do passado, do presente, do futuro, conforme este ou aquele acontecimento, como queda de meteoritos, presença de vida, diminuição da temperatura, camada de ozônio, tempestades solares, etc., ao bel prazer do modelador.

                            “E se introduzíssemos tal ou qual vetor, como a Terra ficaria? ” Não precisaremos mais temer, porque antes de fazer poderemos modelar, como uma vez vi num filme de FC barato de TV (mas muitíssimo interessante), No Limite da Realidade, acho. Milhões, modelando através do mundo humano, poderão fazer as pesquisas & os desenvolvimentos darem saltos gigantescos em poucos anos.

                            Vitória, quinta-feira, 31 de outubro de 2002.

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