Raízes dos Conceitos
É
sabido que os conceitos reunidos por Charles Darwin (britânico, 1809 a 1882, 73
anos entre datas) em sua Teoria da Evolução estavam à sua volta, latentes,
inclusive tendo vindo de seu avô, Erasmus Darwin (britânico, 1731 a 1802, 71
anos entre datas), de Jean-Baptiste Lamarck (francês, 1744 a 1829, 85 anos
entre datas). Inclusive Alfred Russell Wallace (inglês, 1823 a 1913, 90 anos
entre datas) publicou na mesma época que ele (mas poucos o conhecem como
co-autor).
Vamos
por datas (entre anos, não dias):
·
1731, nascimento de Erasmus
·
1744,
nascimento de Lamarck
·
1802,
morte de Erasmus (antes do nascimento de Darwin)
·
1809,
nascimento de Darwin (78 anos do avô, 65 de Lamarck)
·
1823,
nascimento de Wallace
·
1829,
morte de Lamarck (Darwin tinha 20 anos)
·
1882,
morte de Darwin
·
1913,
morte de Wallace.
Veja que
Darwin teve muitas chances de ler a estes e outros, mas nas explanações da
Evolução pouco aparecem as raízes de suas percepções, inclusive sua dívida com
o geólogo escocês Charles Lyell (1797 a 1875, 78 anos entre datas).
Parece que
há aí um russo, Alexander Bogdanovich, que foi a base das idéias de muitos
ocidentais, sem que ninguém o cite. É famosa a frase de Newton de que se ele
foi grande foi porque subiu nos ombros de gigantes. E assim por diante,
poderíamos encompridar bastante, tanto lembrando quanto, muito mais,
pesquisando.
A questão
aqui não é, nem de longe, retirar o mérito único dos gigantes que reuniram
esses conhecimentos num todo coerente, a começar de Euclides (que viveu por volta
de 300 antes de Cristo em Alexandria, no Egito), o codificador de toda a
geometria da Antiguidade. Pelo contrário. Por um lado essa compilação
detalhista nos mostraria como os conceitos estavam soltos, como raízes de uma
árvore, e que foi preciso justamente a presença do gênio para produzir o tronco
que deu frutos, laçando as raízes num projeto geral. Por outro lado,
começando-se algumas buscas, os pesquisadores menores farão as pesquisas
secundárias.
De outro
lado restabeleceríamos os precedentes geo-históricos, dando crédito a quem
merece, até reparando injustiças. Ainda orientaríamos os pesquisadores menores
para continuarem suas tarefas, na esperança de que o Grande Unificador esteja
por perto. O trabalho de ninguém é dispensável PORQUE uma pequena linha pode
significar a grande síntese esperada. E nós veríamos a ascendência dos
conceitos, de onde eles vieram e que descendência tiveram – teríamos uma idéia
de como os conceitos se misturam para produzir os mundos.
Essa tarefa
possibilita muitas e muitas teses de mestrado e doutorado, bem como lindas
percepções de as raízes caminhando nos cortes das telas geo-históricas, vindo
dos mais diferentes lugares, para reunirem-se no tronco que dará frutos
revolucionários.
Vitória, domingo, 08 de
dezembro de 2002.
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