sexta-feira, 13 de janeiro de 2017


Raízes dos Conceitos

 

                            É sabido que os conceitos reunidos por Charles Darwin (britânico, 1809 a 1882, 73 anos entre datas) em sua Teoria da Evolução estavam à sua volta, latentes, inclusive tendo vindo de seu avô, Erasmus Darwin (britânico, 1731 a 1802, 71 anos entre datas), de Jean-Baptiste Lamarck (francês, 1744 a 1829, 85 anos entre datas). Inclusive Alfred Russell Wallace (inglês, 1823 a 1913, 90 anos entre datas) publicou na mesma época que ele (mas poucos o conhecem como co-autor).

                            Vamos por datas (entre anos, não dias):

·         1731, nascimento de Erasmus

·        1744, nascimento de Lamarck

·        1802, morte de Erasmus (antes do nascimento de Darwin)

·        1809, nascimento de Darwin (78 anos do avô, 65 de Lamarck)

·        1823, nascimento de Wallace

·        1829, morte de Lamarck (Darwin tinha 20 anos)

·        1882, morte de Darwin

·        1913, morte de Wallace.

Veja que Darwin teve muitas chances de ler a estes e outros, mas nas explanações da Evolução pouco aparecem as raízes de suas percepções, inclusive sua dívida com o geólogo escocês Charles Lyell (1797 a 1875, 78 anos entre datas).

Parece que há aí um russo, Alexander Bogdanovich, que foi a base das idéias de muitos ocidentais, sem que ninguém o cite. É famosa a frase de Newton de que se ele foi grande foi porque subiu nos ombros de gigantes. E assim por diante, poderíamos encompridar bastante, tanto lembrando quanto, muito mais, pesquisando.

A questão aqui não é, nem de longe, retirar o mérito único dos gigantes que reuniram esses conhecimentos num todo coerente, a começar de Euclides (que viveu por volta de 300 antes de Cristo em Alexandria, no Egito), o codificador de toda a geometria da Antiguidade. Pelo contrário. Por um lado essa compilação detalhista nos mostraria como os conceitos estavam soltos, como raízes de uma árvore, e que foi preciso justamente a presença do gênio para produzir o tronco que deu frutos, laçando as raízes num projeto geral. Por outro lado, começando-se algumas buscas, os pesquisadores menores farão as pesquisas secundárias.

De outro lado restabeleceríamos os precedentes geo-históricos, dando crédito a quem merece, até reparando injustiças. Ainda orientaríamos os pesquisadores menores para continuarem suas tarefas, na esperança de que o Grande Unificador esteja por perto. O trabalho de ninguém é dispensável PORQUE uma pequena linha pode significar a grande síntese esperada. E nós veríamos a ascendência dos conceitos, de onde eles vieram e que descendência tiveram – teríamos uma idéia de como os conceitos se misturam para produzir os mundos.

Essa tarefa possibilita muitas e muitas teses de mestrado e doutorado, bem como lindas percepções de as raízes caminhando nos cortes das telas geo-históricas, vindo dos mais diferentes lugares, para reunirem-se no tronco que dará frutos revolucionários.
Vitória, domingo, 08 de dezembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário