Primeira Vida
Nenhuma
matéria que entra em nós é vida, pois nitidamente estava morta antes de entrar.
Nenhuma que saia será vida, digamos pele morta ou excrementos. Ela entra e sai,
se torna “matéria viva temporariamente”, e volta à inatividade. Mas a Vida tem
a propriedade de doar nova vida, homens e mulheres conjugando-se no projeto,
por exemplo, fazendo bebês.
E
assim é com cada ser humano e com todo ser.
A
vida nos foi doada em GALINHOVO, como chamo a linha de transmissão do par polar
oposto/complementar galinha/ovo. Se formos remontando vamos recuando na linha
genealógica da Vida geral da Terra até o primeiro ser vivo, de que somos todos
descendentes. Esse primeiro ser vivo foi incorporando matéria e energia, até
termos à nossa disposição bilhões de toneladas de matéria e energia
incorporadas.
Então,
temos de voltar no tempo até aquele primeiro ser.
Por
um lado, a Vida não é matéria, pois ela entra e sai, sem que estivesse viva
quando estava fora de nós, antes de entrar, e também depois de sair. Também não
é energia, pois o Sol, com tanta dela, não está vivo, nem o estão os vulcões,
os ventos e tanta coisa mais que se movimenta sem propósito.
Recuando
bastante, teríamos aquela primeiríssima vida de que somos todos parentes. Como
a Vida geral é replicadora e mutante, somos parente daquele replicador inicial
e daquele poder mutacional primitivo. Ora, temos, digamos, 100 bilhões de
galáxias, cada uma com em média 100 a 400 bilhões de estrelas, a maior parte
com muitos planetas. Será que a Vida ficou espreitando para entrar no primeiro
replicador habilitado? Estava em toda parte olhando, bilhões de anos-luz de
raio, mirando aquele pontinho auspicioso? Seria mágica assim? Veja que cada
replicador já comporta a habilidade dupla, mas, como vimos no modelo, são
necessários vários replicadores para configurar o ser.
Parece
mais que, havendo uma configuração mínima há um salto e a coisa começa a
funcionar. Não sendo nem matéria nem energia isoladas, nem um extremo nem outro
somente, é a conjunção dos dois em materenergia, controle, um programáquina
hábil para o que se pretende, em forma e conceito, em figura e estrutura, em
formestrutura.
Acontecendo o programáquina mínimo,
qualquer que seja, está habilitado, passa o vestibular e entra na escola
superior da vida, sai do nível físico-químico de campartícula fundamental,
subcampartículas, átomos e moléculas, e entra na casa biológica/p.2, de
replicadores, células, órgãos e corpomentes. E entrando nessa categoria não
pára mais.
Porém,
por ser tão frágil inicialmente, aquele primeiro rebento pode ter morrido,
surgindo outros e outros, até o primeiro sobrevivente permanente, nalgum
espaçotempo. Aconteceria de a Vida ficar sempre espreitando para entrar nesse
primeiro permanente como uma alminha que encarna? Alminha de alga cianofícea
(algas azuis) ou de ameba? Independente das almas, que são outras histórias,
havendo as condições mínimas, ali está a Vida geral.
Acontece
que isso muda tudo.
SE
SEGUE que, HAVENDO AS CONDIÇÕES MÍNIMAS (CM de Vida, CMV) haverá Vida. Isso
pode se apresentar em muitas partes. E não será um ponto, senão as condições
dela se apresentar seriam quase insignificantes (1/100.109.100.109.10
= 1/1023), e uma coisa nós sabemos, O UNIVERSO EXISTE, portanto, a
Criação do Universo existe, portanto há uma inteligência que se formou no
início, no meio ou no fim, em razão do par polar. Se não é pontual bem pode ser
um círculo, um volume imenso, até, com ampla variação de possibilidades para
matéria e energia, para a Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo e
fogo/energia).
Isso
é BEM DIFERENTE de uma coisa milagrosa à maneira mais antiga, uma coisa
imperscrutável, insondável; ainda segue sendo maravilhoso, até mais que antes,
mas aquele aspecto de incompreensibilidade, de inexplicabilidade desapareceu.
Não é necessário nenhum poder mágico ficar na espreita das condições únicas,
basta que elas se apresentem para começar a aventura, sem qualquer inauguração
aparatosa. Esta é uma notícia formidável, pois liberta.
Vitória,
quinta-feira, 24 de outubro de 2002.
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