Pressão e Ritmo de Seleção
No Modelo da Caverna a coletividade
humana é dupla, caçadora-coletora, as mulheres coletoras e plantadoras e os
homens caçadores e extratores. Isso levou a desenvolvimentos distintos, de dois
seres opostos/complementares.
Acontece
que a EVA MITOCONDRIAL e o ADÃO Y surgiram em pontos distintos da África mais
ou menos na mesma época, há 200 mil anos. As manchas descendentes de uma e
outro se misturaram em algum tempo. Que tipo de seleção pode se dar em tempo
geológica e evolutivamente tão curto? Penso que não pode ser a mesma evolução
biológica/p.2 e sim a psicológica/p.3, que traz reflexos para aquela outra,
porque PRESSÕES MUITO MAIORES induzem taxas de mutação muito mais aceleradas.
O
ritmo de seleção se torna muito mais agudo, aceleradíssimo.
Como
isso se daria?
Os
fatores ou multiplicadores seletivos não podem ser mais os antigos, naturais, e
sim os artificiais, derivados da razão. Tal razão deve ser DE ESCOLHA, uma nova
pedagogia evolutiva, um novo ensinamento muito mais tenso e rápido, a escolha
de garotos e garotas que estejam aprendendo desde tenra infância as artes e
ofícios preferidos da coletividade, por exemplo, a fala e o gestual psicológico
correspondente a tarefas. Porque, de que forma entenderíamos que mulheres
fossem selecionadas para as tarefas ditas “do lar” em termos moleculares? Não
há tempo suficiente que dê em remodelação genética molecular. Os cromossomos,
os genes e as moléculas devem ser os mesmos desde antes, exceto que OS
CARACTERES, como Lamarck disse, estão sendo selecionados, tratando-se de certo
ponto em diante de SELEÇÃO DOS CARACTERES MAIS HÁBEIS OU APTOS, aqueles que
socializam e produzem do modo humano. Aquilo que é desejado é estimulado e o
que é detestado é desestimulado socialmente, de modo que o que é repelido não
consegue procriação, é excluído desde cedo, desde a infância mesmo, não
conseguindo pareação para injeção de genes ou futuro psicológico. Ou consegue
pouco espaçotempo no projeto, isto é, é posto de banda, como pessoa (indivíduo,
família, grupo e empresa) ou como ambiente (município/cidade, estado, nação e
mundo), de modo que estreita ou mesmo finda, desaparecendo como vetor
civilizatório potencial.
Assim
sendo, os caracteres são selecionados em ritmo crescente, exponencial, de modo
que em poucos milhares de anos foi feito um trabalho que de outra forma
demandaria bilhões e até mesmo trilhões de anos. São dadas poucas oportunidades
aos caracteres rejeitados socioeconomicamente. Os caracteres abominados são
excluídos sistematicamente, ou pelo menos se exerce enorme pressão contrária à
sua sustentação e prosperidade.
Digamos,
se beber é contrário à sobrevivência da espécie isso não incide sobre as
moléculas, nem teria como acontecer, mas simplesmente as pessoas que o fazem
não conseguem pareação, sendo excluídas do futuro. No caso, como o alcoolismo
só se manifesta depois da infância, e até depois que a pareação foi feita, com
a existência de rebentos, nem teria como ser diferente, pois agora se trata de
uma GENÉTICA PSICOLÓGICA, de transferência psicológica/p.3 de caracteres, não
mais a biológica/p.2. Agora não se trata mais do ser real biológico/p.2 e sim
do ser real psicológico/p.3, quer dizer, a seleção é pela PEDAGOGIA PSICOLÓGICA
da espécie.
A
pressão e o ritmo de seleção se tornaram incomparavelmente maiores do que eram
antes, no super-reino anterior.
É
lógico que Lamarck não estava no mesmo nível de Darwin, pois este falava da
Biologia/p.2 e aquele da Psicologia/p.3. Darwin de moléculas, Lamarck de
caracteres da alma, da razão, da língua, do Conhecimento. Daí a confusão
geo-histórica.
Vitória,
quinta-feira, 21 de novembro de 2002.
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