quarta-feira, 25 de janeiro de 2017


Policial Bom...

 

                            Nisso de “policial bom, policial ruim”, aquilo de um bater e outro que pedir calma, podemos formar algumas duplas curiosas. Por exemplo, um “armário” (os caras altos, largos e profundos, pesadões) que seja o policial bom, enquanto o franzino, miudinho, é o ruim. Ou vendo-se que o grande é que o bom na realidade, seja-lhe solicitado que se passe por ruim. Depois o grandão diz ao pequenino que gostaria de ter a força e audácia dele, etc. Isso pode ser mudado para vários contrastes: homem e mulher, negro e branco, ocidental e oriental, todos os arquétipos.

                            Por outro lado, o próprio filme policial, sempre com muitos tiroteios e perseguições, já virou chavão, precisamos investir na desmistificação policial geral, quer dizer, do mundo inteiro, tanto usando a zombaria para recolocar a brutalidade em seu lugar (com o velho uso aristotélico do riso para controlar e desarmar a sociedade) quando investigando mais a fundo os desmandos das corporações, o corporativismo, o paralelismo entre policiais e bandidos, a cooperação deles, o comensalismo.

                            O modelo diz que 2,5 % das pessoas, independentemente de qualquer necessidade, vão cometer crimes, razão pela qual precisamos da Polícia geral, que vai se contaminar. Se elegermos uma corregedoria, ela será comprada em metade (50 %) pelos policiais sujos, diz o modelo. E assim por diante. Seria o caso, então, de usar os instrumentos da dialética, do TAO e do modelo, e o riso, como formas externas de controle. Começando com um filme piloto desse tipo, pode-se ir introduzindo lentamente o assunto (para evitar perseguição aos produtores, diretor, atores e demais envolvidos).

                            Vitória, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.

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