sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


Plateia


 

                            No filme Rua Paraíso, que assisti aos pedaços num dos canais Telecine, o personagem Azad, autor teatral, fala de estrear uma peça tendo Deus como platéia. Usando a Rede Cognata traduzi platéia como PIRÂMIDE. Não pode ser uma com o vértice para cima porque as pessoas não conseguiriam todas ver a encenação, de modo que deve ser com o vértice para baixo.

                            Se for escavada no chão os degraus constituirão a pirâmide. Como vértice teríamos o último patamar e este seria um plano destacado do resto acima, pelas laterais embaixo entrando os atores e as atrizes desde os camarins e áreas de preparação. Imagine uma pirâmide pelo lado de dentro, emborcada, as pessoas sentando nos degraus reversos. As luzes dos holofotes estariam presas no penúltimo degrau.

                            Os atores não se apresentariam para uma “boca de cena”, um plano ideal, e sim para o espaço acima, sendo vistos como criaturas o seriam por deuses situados acima. Talvez seja possível à frente de cada espectador haver um TV que mostre todas os lados da peça. E também microfones como headfones. As cadeiras mais caras seriam as dos degraus mais baixos e próximos do palco (=PLATÉIA) espacial, quase cara-a-cara.

                            Sujeita a adição de engenhos, eis uma modificação que pode ter enorme significado para a renovação teatral.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de dezembro de 2002.

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