quarta-feira, 11 de janeiro de 2017


Perfurações na Antártica

 

                            Dado que, segundo dizem os cientistas, a Antártica está coberta de gelo há mais de 30 milhões de anos, perfurá-la seria a coisa mais interessante a fazer, por vários motivos:

1)      Podemos ter um retrato da vida fóssil como era há 30 milhões de anos ou mais, com um hiato ou espaçamento que não pode ser obtido em nenhum outro lugar, fora o Ártico, e mesmo assim desde há menos tempo;

2)     Certamente há muito petróleo por lá; a moratória ecológica não pode deixar de levar em conta que só o desenvolvimento da civilização e de novos níveis de consciência permitiram deslocar verbas para a proteção da Natureza. A busca de petróleo e gás, gerando novas riquezas, proporcionará recursos para a ecoproteção tanto lá quanto em outros continentes;

3)     Como sabemos que as terras alteiam e afundam, pesquisar nos continentes é pesquisar no fundo do mar, e vice-versa – daí que pesquisar na Antártica de 30 milhões de anos atrás é pesquisar terreno não-erodido e não assoreado de oceanos antigos;

4)     Seguramente um lugar tão frio (80º C abaixo de zero) é uma ponte para o frio muito maior do espaço extraterrestre. Desenvolver a tecnociência do frio lá pode ser um avanço formidável;

5)     Depois, há o crio-turismo, digamos assim, o turismo feito em lugares frios, mas protegidas as pessoas das intempéries;

6)     Como temos muito a aprender com o calor, temos muito a aprender com o frio, até porque lá é de graça para, por exemplo, as pesquisas sobre supercondutividade; o frio gratuito pode permitir localizar lá os supercomputadores ou hipercomputadores do futuro.

E assim por diante, descobriríamos muitos motivos. Não sei bem por quê a Antártica deveria estar fora das zonas humanas de exploração. A humanidade vai sempre muito à direita, destruindo tudo, ou muito à esquerda, querendo preservar demais. Nada disso é bom.
              Vitória, quarta-feira, 27 de novembro de 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário