sexta-feira, 20 de janeiro de 2017


O Grande Lighthill

 

                            Por não ter anotado a página não sei em que parte do livro Freeman Dyson fala do Grande Lightill. Procurei na Barsa eletrônica, não há nada, mas na Encyclopaedia Britannica eletrônica 2000 há um certo Sir (Michael) James Lightill. Lá diz, se consegui ler certo, que era matemático britânico, considerado um dos grandes do século XX, Paris 1924 a Sark, Ilhas do Canal 1998, 74 anos entre datas.

                            Grande para quem, cara-pálida?

                            Como em tudo, não há isenção na avaliação da grandeza.

                            Da época dos romanos quantos germânicos, britânicos, francos, hispânicos (os portugueses sequer eram conhecidos como tais, só iriam aparecer no cenário lá por volta de 1200) são citados? Eles não sabiam, mas nós sim, de modo que para nós o etnocentrismo não tem desculpa.

                            Um dicionárienciclopédico ISENTO, feito por deputados e senadores do desenvolvimento & da pesquisa, prática & teórica, respectivamente, quatro dos primeiros para um dos segundos, deveria ser montado com gente de todo o mundo, e não só dos EUA e da Europa. É irritante ver apenas aquela gente, sempre, mesmo se agora é ela que está na linha de frente da P&D do Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral.

                             Há uma GRANDEZA GERAL, universal, e uma GRANDEZA LOCAL, particular, - nacional, estadual, municipal/urbana. O que é grande para a América do Sul não é exatamente o que é grande para o resto do mundo. Assim sendo, dois D/E deveriam ser construídos, a saber, um D/E UNIVERSAL e vários D/E REGIONAIS.

                            Se Freeman Dyson diz devemos aceitar sem questionamento? Dizem que fulano é grande na Noruega e nós devemos aceitar? Essa superdependência é apanágio da insignificância mental das elites daqui e d’agora. Isso não nos serve, completamente. Claro que não vamos rechear uma enciclopédia de idiotas, só para dizer que somos revoltados e independentes – seria estupidez. Porém um mínimo de autoestima é esperado, dignificação das culturas não-centrais, ditas periféricas.

                            Talvez Lightill seja grande, mesmo, e tenha feito grandes coisas pela humanidade – palmas estridentes para ele. Entrementes, outros contam, que trabalharam localmente pela gente do mundo, o que só vai aparecer depois.

                            Vitória, domingo, 29 de dezembro de 2002.

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