O Grande Lighthill
Por não ter anotado
a página não sei em que parte do livro Freeman Dyson fala do Grande Lightill.
Procurei na Barsa eletrônica, não há nada, mas na Encyclopaedia Britannica
eletrônica 2000 há um certo Sir (Michael) James Lightill. Lá diz, se consegui
ler certo, que era matemático britânico, considerado um dos grandes do século
XX, Paris 1924 a Sark, Ilhas do Canal 1998, 74 anos entre datas.
Grande para quem,
cara-pálida?
Como em tudo, não há
isenção na avaliação da grandeza.
Da época dos romanos
quantos germânicos, britânicos, francos, hispânicos (os portugueses sequer eram
conhecidos como tais, só iriam aparecer no cenário lá por volta de 1200) são
citados? Eles não sabiam, mas nós sim, de modo que para nós o etnocentrismo não
tem desculpa.
Um dicionárienciclopédico
ISENTO, feito por deputados e senadores do desenvolvimento & da pesquisa,
prática & teórica, respectivamente, quatro dos primeiros para um dos
segundos, deveria ser montado com gente de todo o mundo, e não só dos EUA e da
Europa. É irritante ver apenas aquela gente, sempre, mesmo se agora é ela que
está na linha de frente da P&D do Conhecimento (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral.
Há uma GRANDEZA GERAL, universal, e uma
GRANDEZA LOCAL, particular, - nacional, estadual, municipal/urbana. O que é
grande para a América do Sul não é exatamente o que é grande para o resto do
mundo. Assim sendo, dois D/E deveriam ser construídos, a saber, um D/E
UNIVERSAL e vários D/E REGIONAIS.
Se Freeman Dyson diz
devemos aceitar sem questionamento? Dizem que fulano é grande na Noruega e nós
devemos aceitar? Essa superdependência é apanágio da insignificância mental das
elites daqui e d’agora. Isso não nos serve, completamente. Claro que não vamos
rechear uma enciclopédia de idiotas, só para dizer que somos revoltados e
independentes – seria estupidez. Porém um mínimo de autoestima é esperado,
dignificação das culturas não-centrais, ditas periféricas.
Talvez Lightill seja
grande, mesmo, e tenha feito grandes coisas pela humanidade – palmas
estridentes para ele. Entrementes, outros contam, que trabalharam localmente
pela gente do mundo, o que só vai aparecer depois.
Vitória, domingo, 29
de dezembro de 2002.
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