Novenciclopédia
Com essas facilidades
que apareceram agora deveríamos reconstruir a MECÂNICA DE ENCICLOPÉDIAS, tanto
a parte estática quando a dinâmica. Veja, se temos um retrato de um porto não
precisamos usá-lo só para falar o que é porto, podemos explicar cada um dos
objetos, clicando sobre ele. Podemos clicar sobre palavras, como já se faz, em
hiperlink ou hiperlaço, de tal modo a ir navegando, mas não só com palavras,
também com imagens, com palavrimagens, como o modelo sugeriu faz tanto tempo.
Veja, a foto deveria
ser tridimensionalizada em computação gráfica, permitindo o passeio de um
personagem pelo espaçotempo virtual. Deveríamos ser capazes de subir as escadas
de um navio, de andar pelo convés, de olhar pelas escotilhas, descer com
submarinos ao fundo do mar, andar no gelo, subir montanhas virtuais, ver
fotografias e filmes reais, virar páginas de livros, fazer experiências. Não
admira mesmo nada que as pessoas não se emocionem com as enciclopédias
estáticas e de palavras de hoje. Deveríamos ter condições de ver as vistas
explodidas e objetos, aumentar as dimensões, olhar por telescópios, fazer
listas de compras junto com crianças para ir a supermercados virtuais, etc. Que
tempo enorme estamos perdendo! A humanidade está adormecida, certamente. Nem
reparou nas grandes dádivas que têm em mãos.
Numa jabuticabeira
virtual podemos passar às folhas, à adubação, à poda, à colheita, à preparação
de vinhos, ao tratamento contra doenças. Daí a outras árvores. Se há fotografia
de um estúdio artístico, deveríamos migrar dentro dela, perguntando de telas,
etc.
Enfim, nada na
experiência humana é assim somente estático, tudo tem lá sua dinâmica
correlata. É uma surpresa tremenda que alguns seres humanos sintam curiosidade
pelos livros, o que advém somente de termos um cérebro superdimensionado para o
futuro e a solução de problemas, o que nos impõe um ritmo de aprendizado
completamente antinatural com os livros. É sufocante, e olhe que eu gosto
tremendamente de ler. Tendo deparado com essa percepção custa-me crer que os
recursos da RACIONALIDADE DINÂMICA, chamemos assim, não estejam ainda
disponíveis. Que rápido seria o aprendizado com esses novos instrumentos, com
esses programáquinas tão superiores a tudo que temos!
Vitória,
quinta-feira, 09 de janeiro de 2003.
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