Longinquamente
Distante
Vendo como Lula
parece se sentir bem junto ao povo, abraçando e sendo abraçado como um igual,
nós percebemos como as chamadas “autoridades” (na realidade AGENTES DA
AUTORIDADE DA LEI, como prefiro dizer) se apresentam pomposas e distantes do
povo e até das elites, que acham isso adequado e necessário.
Isso obstruiu o
fluxo de info-controle, naturalmente.
Atrapalha o fluxo de
informação porque tudo enrijece e nessas condições as pessoas não se soltam,
elas não deixam fluir os dados. Pelo contrário, sob distanciamento, na ausência
de amizade as pessoas travam os canais de transferência, em todas as
instâncias. Achando-se em perigo tornam-se ciumentas deles.
Como que uma coisa
tão “simples” quanto um presidente ser abraçado nas ruas podem interferir em
níveis tão altos de info-controle? Sim, porque se vê que a presidência não está
trabalhando separadamente para as elites – ELA SE SITUA AO NÍVEL DO TOQUE. Não
é inatingível, não se situa longe demais, é como um amigo conversando na
cozinha. Faça contraste entre as coisas que você fez gratuitamente para os
amigos e pense o quanto elas custariam (se é que você chegaria a se dar ao
trabalho de sequer iniciá-las) aos estranhos. Por amizade a gente faz coisas
extremas. Acima disso só nosso amor filial ou paternal.
Os espíritos se
desarmam e enquanto durar esse diálogo tudo corre bem para a presidência PORQUE
os inimigos, vendo a dedicação do povo, não ousam atacar. O povo sossegado
implica sempre uma tranquilização geral, inclusive das elites. Pacificadas,
estas se lançam aos investimentos, o que estimula o trabalho das bases, a
riqueza cresce, o Conhecimento dispara e assim por diante. Só não deu mais
certo em Cuba porque os investimentos estão trancados há 40 anos (desde a Crise
dos Mísseis em 1962), a ilha é como Tarzan
Contra o Resto do Mundo (ou mais o contrário), pois Fidel fez seu trabalho
com maestria.
Enfim, uma coisa
aparentemente tão trivial que dispara tantos eventos positivos. E não houve
universidade que tenha estudado esse assunto a fundo. O que eles ficam fazendo
lá, dia-após-dia?
Vitória, domingo, 29
de dezembro de 2002.
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