terça-feira, 24 de janeiro de 2017


Intervenção Branca

 

                            Por conta das dificuldades socioeconômicas inventadas pelos ex-governantes Vítor Buaiz (1994/1998) e José Ignácio Ferreira (1998/2002), com tremendos endividamentos e mesmo assim déficits grandes, o novo governador Paulo Hartung Gomes viu-se obrigado a ir a Brasília pedir ao novo presidente Luís Inácio Lula da Silva 1,2 bilhão de reais, dos quais 300 milhões a título emergencial.

                            Lula o remeteu ao novo ministro da Fazenda, Palocci, ouvindo a promessa espontânea de PHG de que colocaria o estado totalmente atrelado à Federação ou União, como esta está diante do FMI, Fundo Monetário Internacional, conduzido na verdade pelos EUA. Assim, os EUA dirigem o FMI, que governa o Brasil (tanto assim que Lula foi a Washington pedir permissão, antes de indicar o nome do novo presidente do Banco Central – brasileiro, não americano), que mandará no ES. Não é uma intervenção abertamente decretada, com a repulsa que traria, mas uma intervenção branca consentida e até pedida pelo novo governador.

                            O ES perde prestígio e nós sabemos que prestígio é difícil de conseguir de volta. Além disso, abre-se um precedente de redução da autoridade estadual, que já não é lá grandes coisas nessa federação imperial que é o Brasil. Outros estados serão pressionados, pois de 27 (contando o Distrito Federal, Brasília) 24 estão com problemas. Trata-se da velha seleção na luta pela sobrevivência do mais apto – os estados progressivamente rendem-se à União, esta ao governo mundial e assim sucessivamente, com resultado difícil de avaliar. O que resultará de bom nisso tudo para o pequenino estado do Espírito Santo?

                            Vitória, domingo, 12 de janeiro de 2003.

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