domingo, 1 de janeiro de 2017


Imortal = Anjo

 

                            Naquele filme sobre o McLeod, ou como chame, que se passa nas highlands (terras altas) inglesas, escocesas ou irlandesas, sei lá - depois passou a série de TV, bem mais triste que os filmes -, Highlander (montanhês, diz o Michaelis eletrônico), O Guerreiro Imortal, com Christophe Lambert, e que teve três seqüências, o quarto filme sendo particularmente deplorável, o herói se torna imortal lá por 1250 e está vivo ainda no ano 2000.

                            Acontece que pela Rede Cognata imortal = ANJO = SANTO = AMIDA = ÍNDIO = ANTIGO, etc., de modo que quando dizemos “os antigos” queremos dizer “os anjos” que habitaram entre nós, segundo as lendas, na aurora dos tempos, na Idade de Ouro (tal como o sugere O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, q.v). I-mortal, o que não morre, o que vive ou parece viver para sempre, talvez milhares de anos, como diz Tolkien dos elfos da Terra Média.

                            A Rede Cognata diz que eles existem mesmo.

                            Bom, se existem, onde estão? Não conheço, nem sei de ninguém que conheça um imortal enquanto tal, que se apresente como. Se existem ficam “na moita”, como diz o povo. Sendo a soma zero, o ciclo não poupa ninguém, há altos e baixos, tristezas e alegrias, altas montanhas e profundas fossas marinhas, de modo que ser imortal é apenas viver indefinidamente uma série de problemas e soluções, conflitos e contentamentos. Imortais vivem sem alimentação? Se não, certamente devem conseguir todo dia o pão nosso com o suor do próprio rosto. Mas, vivendo eternamente (ou pelo menos por tão largo tempo), certamente dá para acumular muito conhecimento e muita riqueza, de modo que se for mais que literatura seria tremenda oportunidade de filmagem séria de desenhos psicológicos (figura, objetivos, produção, organização, espaçotempo ou geo-história), muito mais larga, alta, profunda que qualquer coisa feita até agoraqui, à base da brincadeira e da galhofa.

                            Vitória, segunda-feira, 28 de outubro de 2002.

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