domingo, 1 de janeiro de 2017


Hal Foster

 

                            Harold Foster foi desenhista canadense que mudou para os EUA. Nasceu em 1892 e morreu em 1982, 90 anos entre datas. Desenhou Tarzan dos Macacos (criado por Edgar Rice Burroughs em 1914; continua sendo desenhado até hoje, quase 90 anos depois) durante um tempo, depois passando ao Príncipe Valente, que é de sua criação, em 1937.

                            Pesquisou bastante a Idade Média, mas tomou liberdades, porque a epopéia do Príncipe decorre ao longo de largo tempo. Desenhava grandes e detalhadas pranchas, maravilhosas criações que nos fazem pensar que a criação da espécie humana não foi um desperdício. Elas poderiam ser ampliadas bastante, sem perder o grau de detalhe, porque, segundo consta, ele usava as dimensões da prancheta inteira para criar as pranchas.

                            Tenho, publicados pela EBAL (Editora Brasil América Ltda.) vários livros grandes, mas infelizmente dei outros, sem falar em inúmeras revistas em quadrinhos, do que muito me arrependo, porque certamente a maioria dos que receberam jogaram fora depois de ler.

                            Vejamos um quadro dos volumes que posso citar:

VOLUME
PRANCHAS
DIAS
D/P
DATAS
I
1 a 85 (85)
589
6,9
13/2/1937 a 25/9/1938
II
86 a 181 (95)
665
7,0
2/10/1938 a 28/7/1940
III
182 a 263 (81)
567
7,0
4/8/1940 a 22/2/1942
IV
264 a 330 (66)
671
10,2
29/2/1942 a 6/6/1943
V
331 a 407 (76)
532
7,0
13/6/1943 a 26/11/1944

                            Veja que a média foi de 7,6 dias para cada prancha, coisa tremendamente trabalhosa, de gênio mesmo em processo de criação. Tivemos poucos como ele, dedicados tanto à forma quanto ao conteúdo, às figuras quanto às estruturas, perfeito tanto numa quanto noutra área, quer dizer, em equilíbrio pelo centro, verdadeiro tecnartista do mais alto valor. Tudo desse camarada é precioso para nós.

                            Do outro lado temos gente despreparada que faz uma história numa semana, ou até em três dias, comercialmente despejando centenas de revistinhas nas ruas. Imagine você quantos Hal Foster nós tivemos em toda a geo-história humana!

                            Ele é um desses que trazem alegria e calor à nossa alma, satisfação de ver o ser humano operando em grande estilo, quando assim deseja. Espero poder recomprar os que dei e outros que não tenho. Espero poder comprar exemplares de todas as suas obras, e de outros como eles, para manter como retratos da grandeza.

                            Há uns idiotas por aí dizendo que as estórias em quadrinhos não são verdadeiramente arte. É claro que há cinema B, C, D, o que for, assim como em tudo, mas há aquele cinema A, o desenho A, tudo que é A, e é sempre da mais alta qualidade. Se realmente houver aquela coisa bíblica de 144 mil serem escolhidos no final dos tempos, creio que posso com ênfase recomendar o Hal Foster.

                            Vitória, quinta-feira, 24 de outubro de 2002.

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