Hal Foster
Harold
Foster foi desenhista canadense que mudou para os EUA. Nasceu em 1892 e morreu
em 1982, 90 anos entre datas. Desenhou Tarzan dos Macacos (criado por
Edgar Rice Burroughs em 1914; continua sendo desenhado até hoje, quase 90 anos
depois) durante um tempo, depois passando ao Príncipe Valente, que é de
sua criação, em 1937.
Pesquisou
bastante a Idade Média, mas tomou liberdades, porque a epopéia do Príncipe
decorre ao longo de largo tempo. Desenhava grandes e detalhadas pranchas,
maravilhosas criações que nos fazem pensar que a criação da espécie humana não
foi um desperdício. Elas poderiam ser ampliadas bastante, sem perder o grau de
detalhe, porque, segundo consta, ele usava as dimensões da prancheta inteira
para criar as pranchas.
Tenho,
publicados pela EBAL (Editora Brasil América Ltda.) vários livros grandes, mas
infelizmente dei outros, sem falar em inúmeras revistas em quadrinhos, do que
muito me arrependo, porque certamente a maioria dos que receberam jogaram fora
depois de ler.
Vejamos um quadro dos volumes que
posso citar:
VOLUME
|
PRANCHAS
|
DIAS
|
D/P
|
DATAS
|
I
|
1 a 85 (85)
|
589
|
6,9
|
13/2/1937 a 25/9/1938
|
II
|
86 a 181 (95)
|
665
|
7,0
|
2/10/1938 a 28/7/1940
|
III
|
182 a 263 (81)
|
567
|
7,0
|
4/8/1940 a 22/2/1942
|
IV
|
264 a 330 (66)
|
671
|
10,2
|
29/2/1942 a 6/6/1943
|
V
|
331 a 407 (76)
|
532
|
7,0
|
13/6/1943 a 26/11/1944
|
Veja
que a média foi de 7,6 dias para cada prancha, coisa tremendamente trabalhosa,
de gênio mesmo em processo de criação. Tivemos poucos como ele, dedicados tanto
à forma quanto ao conteúdo, às figuras quanto às estruturas, perfeito tanto
numa quanto noutra área, quer dizer, em equilíbrio pelo centro, verdadeiro
tecnartista do mais alto valor. Tudo desse camarada é precioso para nós.
Do
outro lado temos gente despreparada que faz uma história numa semana, ou até em
três dias, comercialmente despejando centenas de revistinhas nas ruas. Imagine
você quantos Hal Foster nós tivemos em toda a geo-história humana!
Ele
é um desses que trazem alegria e calor à nossa alma, satisfação de ver o ser humano
operando em grande estilo, quando assim deseja. Espero poder recomprar os que
dei e outros que não tenho. Espero poder comprar exemplares de todas as suas
obras, e de outros como eles, para manter como retratos da grandeza.
Há
uns idiotas por aí dizendo que as estórias em quadrinhos não são
verdadeiramente arte. É claro que há cinema B, C, D, o que for, assim como em
tudo, mas há aquele cinema A, o desenho A, tudo que é A, e é sempre da mais
alta qualidade. Se realmente houver aquela coisa bíblica de 144 mil serem
escolhidos no final dos tempos, creio que posso com ênfase recomendar o Hal
Foster.
Vitória,
quinta-feira, 24 de outubro de 2002.
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