terça-feira, 24 de janeiro de 2017


Hospital Cultural


 

                            Em países como o Brasil não faz muito sentido, porque somos todos brasileiros em língua, crenças e feitio, mas em lugares como os EUA, com os mexicanos (que eles chamam depreciativamente “chicanos”), porto-riquenhos, latinos, negros (afro-americanos), índios e os povos identificados como judeu-americanos e todas as demais partições, faz todo sentido, assim como na Europa dos 15, onde temos 15 nações que irão ser parte de um superestado unificado, uma federação futura, colocar Hospital Mexicano, Hospital com motivação latino-americana, cada um com decoração própria não-anglo-saxã.

                            E do mesmo modo em outros países em que haja separação nacional ou etnias que não se reconhecem centrais, não-participantes ou não-comungantes dos valores dominantes.

                            Os tecnartistas, em especial os arquiengenheiros devem se adaptar a consultas às culturas nacionais ou dos povelites por suas motivações endógenas, divergentes das dominantes. Isso não é apenas uma mera questão de distante respeito, o que também é bom e valorizado em toda parte, é também condição de saúde se sentir culturalmente em casa. Não se sentir no estrangeiro já será o primeiro passo para a cura.

                            Claro que os dominantes vão achar “brega”, “jacu”, caduco, arcaico, atrasado – não tem importância. Simplicidade sem afetação pode ser elegante em qualquer língua e em qualquer plano dos quatro mundos. Nem uns nem outros devem se sentir vexados.

                            Vitória, segunda-feira, 13 de janeiro de 2003.

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