terça-feira, 10 de janeiro de 2017


Genes Inadequados

 

                            No final do livro de David Colbert, O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis (Mitos, Lendas e Histórias Fascinantes), Rio de Janeiro, Sextante, 2002, há uma lista de livros da editora. Um desses é A Culpa é da Genética, de Terry Burnham e Jay Phelan, do qual há uma resenha-recomendação, que diz assim, no que seria a página 191: “(...) os mesmos genes que ajudaram nossos antigos ancestrais a sobreviver nos levam a ter comportamentos inadequados no mundo moderno”, colorido meu. Isso se dá porque não somos mais seres biológicos/p.2 e sim psicológicos/p.3, passando a informacionais/p.4, como está no modelo e nas posteridades.

                            Agora, precisamos duvidar desse julgamento de “genes inadequados”. O que é “inadequado”? Certamente é o que não é adequado, mas no julgamento de quem? Como está no texto deste Livro 14, Testes Viciados, como saberemos se há adequação da métrica, do seletor políticadministrativo pessoambiental governempresarial? Um doido poderia querer excluir as peles negras, só para exagerar. Ou os narizes aquilinos dos árabes e semitas em geral. Ou os olhos fechados dos orientais. Ou as tetas grandes das mulheres. Ou os genes do nanismo, dos anões (que chamam a si mesmos de “gente pequena”, frisando bastante GENTE). E assim por diante, até que chegarmos a uma chatíssima compactação em torno de alguma média babaca eleita por um biruta.

                            Para saber o que é adequado e não-adequado, deveríamos estar na Tela Final, onde só Deus, por definição, pode estar. Sendo todos os conhecimentos parciais, como saberemos que quem vai selecionar, ou escolher, seguirá o interesse de todos? Porisso que as pesquisas de cruzamento genético das manchas cromossômicas são, desde já, suspeitas, porque alguém, sem autorização dos interesses gerais, pode introduzir ou retirar esta ou aquela parcela que julgue “inadequada”, produzindo mesmice e saturação de igualdade, esse sempre falso igualitarismo, excesso de igualdade. A arquiengenharia genética é perigosa porisso mesmo, PORQUE algum demente pode tentar tornar o mapa cromossômico “adequado”, sei lá por quais critérios, ou falta deles. Aí é que mora o perigo.

                            É preciso vigiar isso bem de perto, atentamente, com suspeição total, sem dar a mínima trégua. A comunidade mundial deve estar atentíssima. Eis aí o lugar onde o avanço de uns, com o atraso de outros, pode trazer extraordinário perigo a todos.

                           Vitória, segunda-feira, 02 de dezembro de 2002.

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