Genes Inadequados
No
final do livro de David Colbert, O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis
(Mitos, Lendas e Histórias Fascinantes), Rio de Janeiro, Sextante, 2002, há uma
lista de livros da editora. Um desses é A Culpa é da Genética, de Terry
Burnham e Jay Phelan, do qual há uma resenha-recomendação, que diz assim, no
que seria a página 191: “(...) os mesmos genes que
ajudaram nossos antigos ancestrais a sobreviver nos levam a ter comportamentos
inadequados no mundo moderno”, colorido meu. Isso se dá porque não
somos mais seres biológicos/p.2 e sim psicológicos/p.3, passando a
informacionais/p.4, como está no modelo e nas posteridades.
Agora,
precisamos duvidar desse julgamento de “genes inadequados”. O que é
“inadequado”? Certamente é o que não é adequado, mas no julgamento de quem?
Como está no texto deste Livro 14, Testes Viciados, como saberemos se há
adequação da métrica, do seletor políticadministrativo pessoambiental
governempresarial? Um doido poderia querer excluir as peles negras, só para
exagerar. Ou os narizes aquilinos dos árabes e semitas em geral. Ou os olhos
fechados dos orientais. Ou as tetas grandes das mulheres. Ou os genes do
nanismo, dos anões (que chamam a si mesmos de “gente pequena”, frisando
bastante GENTE). E assim por diante, até que chegarmos a uma chatíssima
compactação em torno de alguma média babaca eleita por um biruta.
Para
saber o que é adequado e não-adequado, deveríamos estar na Tela Final, onde só
Deus, por definição, pode estar. Sendo todos os conhecimentos parciais, como
saberemos que quem vai selecionar, ou escolher, seguirá o interesse de todos?
Porisso que as pesquisas de cruzamento genético das manchas cromossômicas são,
desde já, suspeitas, porque alguém, sem autorização dos interesses gerais, pode
introduzir ou retirar esta ou aquela parcela que julgue “inadequada”,
produzindo mesmice e saturação de igualdade, esse sempre falso igualitarismo,
excesso de igualdade. A arquiengenharia genética é perigosa porisso mesmo,
PORQUE algum demente pode tentar tornar o mapa cromossômico “adequado”, sei lá
por quais critérios, ou falta deles. Aí é que mora o perigo.
É
preciso vigiar isso bem de perto, atentamente, com suspeição total, sem dar a
mínima trégua. A comunidade mundial deve estar atentíssima. Eis aí o lugar onde
o avanço de uns, com o atraso de outros, pode trazer extraordinário perigo a
todos.
Vitória,
segunda-feira, 02 de dezembro de 2002.
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