domingo, 1 de janeiro de 2017


Franco Atirador

 

                            Na Rede Cognata franco = ÚNICO = AMIGO = SECRETO = SUJO = IMORTAL = ANTIGO e inúmeras outras traduções. Fica claro que é um só, não são dois ou três, como transparece na compreensão tradicional. Agora, veja, por ser único não precisa ser um só PORQUE é único naquele único momento e espaço, em tal pontinstante.

                            Por exemplo, nestes dias dos meses finais de 2002 um franco atirador nos EUA matou já doze pessoas na região da Capital e certamente os policiais estão procurando esse único atirador. Como existe espaço e tempo, podem ser vários no espaço e vários no tempo, bem como pode ser o mesmo em vários tempos. Se a coisa é concertada, governada por um grupo, pode até nem ser a mesma pessoa e sim várias, comandadas pelo mesmo propósito, que seria levar a guerra até dentro dos Estados Unidos.

                            Assim, o certo é não fechar a mente nos conceitos, mesmo quando estes, pelas palavras, sejam desvendados pela Rede Cognata.

                            O que impede um grupo, de muitos indivíduos, até centenas, estar operando em conjunto, cada dia indo um, partindo de e chegando a lugares diferentes? O preconceito da gente faz com que reduzamos as hipóteses de trabalho, faz com que sigamos a indução, contra a qual nos preveniu Popper. E isso em tudo.

                            Do mesmo modo rosto = RAPTO = RASTRO = MODELO = ESTÁTUA = MOLDE, etc. Se fôssemos ser rigorosos deveríamos pensar que o seqüestrador não se prenderia apenas ao rosto de quem está sendo mirado; que faria uma estátua de corpo inteiro – largura, altura e profundidade. Os tipos de roupas que o alvo usa, pois, os corpos são estátuas mecânicas, estático-dinâmicas, tanto ossos e pele quanto roupas, que são a segunda pele, trocável. Evidentemente os seqüestradores são quase sempre boçais e não vão ser cuidadosos assim. Nem os policiais.

                            Enfim, a repetição do passado, a projeção indutiva do mesmo no futuro é um contra-senso, é um erro clamoroso, inclusive nas investigações policiais.

                            Vitória, quarta-feira, 23 de outubro de 2002.

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