sábado, 7 de janeiro de 2017


Formas e Conteúdos

 

                            Uma colega de serviço, AF, vive me azucrinando. Da vez mais recente que nos encontramos ela disse “sempre elegante, hem! ”, porque eu não faço questão de me vestir bem, como comentei no artigo Vestir Bem, Livro 11, pois prefiro comprar livros.

                            Isso ensejou este comentário.

                            O par polar oposto-complementar forma-estrutura ou imagem/conteúdo ou imagem/estrutura ou forma/conteúdo, como quiser, tem de um lado a superfície ou exterior e do outro a profundidade ou interior. Como a soma é zero, se a pessoa dá muita atenção ao conteúdo desleixa da forma, e vice-versa, pois não é fácil servir a dois senhores ao mesmo tempo. Olhando forma como F e estrutura como E, podemos compor quatro pares Fe, fE, fe e FE, com as letras maiúsculas indicando superafirmação e as minúsculas subafirmação. Então, Fe seria dominância da forma, fE dominância da estrutura, fe ausência de ambas e FE dominância de ambas. Organizando como no modelo 2,5 % à esquerda, 47,5% na esquerda-centro, 47,5 % no centro-direita e 2,5 % na direita, como miseráveis, pobres, médios-altos e ricos em combinações, poderíamos colocar assim: fe, Fe, eF e FE, pendendo para as estruturas ou conteúdos. A organização pró-forma seria: FE, Fe, eF e fe.

                            Toda uma observação dos seres humanos nascerá disso nas décadas do porvir. À parte essa busca, ressalta que há gente superinteressada na forma. Raramente poderemos combinar forma-e-conteúdo (em apenas 2,5 % dos casos, 1/40 das pessoas, o que permite uma seleção legal – são aqueles homens e mulheres sábias e belas). De modo que 95,0 % estarão na condição de Fe ou eF, em que a soma zero condiciona a que a pessoa tenha ou forma ou conteúdo, exclusivamente. Se tiver forma não terá conteúdo, e vice-versa. Assim, quando olhamos 39 em cada 40 pessoas a chance maior é de acertarmos, se as vemos muito preocupadas com roupas, sapatos, cabelos, pinturas, bijuterias e jóias, meias, roupas íntimas, objetos úteis ou de mostrar (canetas, relógios, notebooks, etc.) e o que mais rodear o corpo, ao dizer que não tem conteúdo algum. Até pela lógica, porque se preparar assim consome muito tempo, restando pouco para pensar e pesquisar profundamente.

                            Então, como índice, devemos escolher o tipo de pessoa: se a queremos para balcão, para apresentação, para apelo pela beleza, devemos mirar a pessoa-forma. Se a queremos para pesquisa a pessoa-conteúdo. Isso também ensejará muitas pesquisas ao longo das próximas décadas. Será interessante separar as pessoas através de questionários e ver se a teoria funciona mesmo. Por outro lado há o perigo de identificar errado fe e FE. Seria preciso cuidado.

                            A Curva de Gauss nos daria a quantidade de seres humanos, por faixas, que se preocuparão com isso e aquilo, e fará as lojas darem saltos, na questão da oferta de produtos, conforme as imagens das pessoas. É claro que devem ser levados em contas outros fatores ou multiplicadores, por exemplo, a riqueza ou dinheiro ou recursos, tipo D, C, B e A, as classes do TER, miseráveis, pobres, médios-altos e ricos. Multiplicando por aqueles outros, teremos efD, efC, efB e efA, pois existem ricos desleixados e desleixados/idiotas, na base de (1/40). (1/40) = 1/1600, que decairão, a menos de apoio familiar. Que produtos oferecer a quem? A simples visualização poderá dar indicações.

                            Só de ver uma pessoa superbem vestida já podemos dizer que ela não teve muito tempo para conhecer, para entender o universo. Vive como parasita do conteúdo alheio, o que também é necessário (senão veríamos apenas gente malvestida, e feia, credo).

                            Vitória, quinta-feira, 21 de novembro de 2002.

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