Formas e Conteúdos
Uma
colega de serviço, AF, vive me azucrinando. Da vez mais recente que nos
encontramos ela disse “sempre elegante, hem! ”, porque eu não faço questão de
me vestir bem, como comentei no artigo Vestir Bem, Livro 11, pois
prefiro comprar livros.
Isso
ensejou este comentário.
O
par polar oposto-complementar forma-estrutura ou imagem/conteúdo ou
imagem/estrutura ou forma/conteúdo, como quiser, tem de um lado a superfície ou
exterior e do outro a profundidade ou interior. Como a soma é zero, se a pessoa
dá muita atenção ao conteúdo desleixa da forma, e vice-versa, pois não é fácil
servir a dois senhores ao mesmo tempo. Olhando forma como F e estrutura como E,
podemos compor quatro pares Fe, fE, fe e FE, com as letras maiúsculas indicando
superafirmação e as minúsculas subafirmação. Então, Fe seria dominância da
forma, fE dominância da estrutura, fe ausência de ambas e FE dominância de
ambas. Organizando como no modelo 2,5 % à esquerda, 47,5% na esquerda-centro,
47,5 % no centro-direita e 2,5 % na direita, como miseráveis, pobres,
médios-altos e ricos em combinações, poderíamos colocar assim: fe, Fe, eF e FE,
pendendo para as estruturas ou conteúdos. A organização pró-forma seria: FE,
Fe, eF e fe.
Toda
uma observação dos seres humanos nascerá disso nas décadas do porvir. À parte
essa busca, ressalta que há gente superinteressada na forma. Raramente
poderemos combinar forma-e-conteúdo (em apenas 2,5 % dos casos, 1/40 das pessoas,
o que permite uma seleção legal – são aqueles homens e mulheres sábias e belas).
De modo que 95,0 % estarão na condição de Fe ou eF, em que a soma zero
condiciona a que a pessoa tenha ou forma ou conteúdo, exclusivamente. Se tiver
forma não terá conteúdo, e vice-versa. Assim, quando olhamos 39 em cada 40
pessoas a chance maior é de acertarmos, se as vemos muito preocupadas com
roupas, sapatos, cabelos, pinturas, bijuterias e jóias, meias, roupas íntimas,
objetos úteis ou de mostrar (canetas, relógios, notebooks, etc.) e o que mais
rodear o corpo, ao dizer que não tem conteúdo algum. Até pela lógica, porque se
preparar assim consome muito tempo, restando pouco para pensar e pesquisar
profundamente.
Então,
como índice, devemos escolher o tipo de pessoa: se a queremos para balcão, para
apresentação, para apelo pela beleza, devemos mirar a pessoa-forma. Se a
queremos para pesquisa a pessoa-conteúdo. Isso também ensejará muitas pesquisas
ao longo das próximas décadas. Será interessante separar as pessoas através de
questionários e ver se a teoria funciona mesmo. Por outro lado há o perigo de
identificar errado fe e FE. Seria preciso cuidado.
A
Curva de Gauss nos daria a quantidade de seres humanos, por faixas, que se
preocuparão com isso e aquilo, e fará as lojas darem saltos, na questão da
oferta de produtos, conforme as imagens das pessoas. É claro que devem ser
levados em contas outros fatores ou multiplicadores, por exemplo, a riqueza ou
dinheiro ou recursos, tipo D, C, B e A, as classes do TER, miseráveis, pobres,
médios-altos e ricos. Multiplicando por aqueles outros, teremos efD, efC, efB e
efA, pois existem ricos desleixados e desleixados/idiotas, na base de (1/40). (1/40)
= 1/1600, que decairão, a menos de apoio familiar. Que produtos oferecer a
quem? A simples visualização poderá dar indicações.
Só
de ver uma pessoa superbem vestida já podemos dizer que ela não teve muito
tempo para conhecer, para entender o universo. Vive como parasita do conteúdo
alheio, o que também é necessário (senão veríamos apenas gente malvestida, e
feia, credo).
Vitória,
quinta-feira, 21 de novembro de 2002.
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