Evasão
Socioeconômica
Todos
já ouvimos falar da evasão escolar, aquela da fuga das crianças da escola, que
leva à repetência, com grande custo socioeconômico. Tanto aquele aluno não vai
para frente quanto embola nas séries intermediárias, entupindo as salas de aula
e atrapalhando os demais. Com a merenda escolar as crianças continuavam indo às
escolas para comer. As mais velhas induziam as mais novas a vários vícios fora
de sua faixa etária.
Há
também a evasão de receita tributária, que tanto dano causa à coletividade,
pois o povo paga e as elites não recolhem. Há a evasão dos lucros das
multinacionais, direção e sentido de seus países sedes. Há a evasão, a saída de
pedras preciosas e ouro, por contrabando, e várias outras que poderíamos
listar. Tudo isso está na grande conta das evasões gerais S/E, que englobam
também a saída de cérebros, de peças arqueológicas e paleontológicas, de
quadros, de tantas coisas. Há a quebra de milhares e milhares de microempresas
por ano, a perda de esperança.
E
tudo isso é notícia de alienação.
No
caso dos estudantes PORQUE os assuntos ensinados não dizem respeito às suas
origens, aos seus meios e aos seus destinos. Que expectativas eles têm em
relação às suas vidas atuais, ao seu passado, ao seu futuro? A questão não é
propriamente a evasão em si, porém AS RAZÕES DA EVASÃO, que nunca são
investigadas. Quais as RAZÕES PROFUNDAS da evasão escolar? É que o ensino é uma
extração burguesa, das elites capitalistas sobre o povo, não é nada
propriamente a favor deste. E assim por diante.
Ocorre
que a intelectualidade orgânica com a Burguesia geral NÃO QUER NEM PODE
investigar as causas das evasões. Isso faria ruir o Capitalismo geral. Porisso
ela se prende apenas a fotografar o fenômeno, sem atualizá-lo racionalmente,
isto é, sem buscar as causas dos efeitos.
Vitória,
segunda-feira, 23 de dezembro de 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário