terça-feira, 17 de janeiro de 2017


Evasão Socioeconômica


 

                            Todos já ouvimos falar da evasão escolar, aquela da fuga das crianças da escola, que leva à repetência, com grande custo socioeconômico. Tanto aquele aluno não vai para frente quanto embola nas séries intermediárias, entupindo as salas de aula e atrapalhando os demais. Com a merenda escolar as crianças continuavam indo às escolas para comer. As mais velhas induziam as mais novas a vários vícios fora de sua faixa etária.

                            Há também a evasão de receita tributária, que tanto dano causa à coletividade, pois o povo paga e as elites não recolhem. Há a evasão dos lucros das multinacionais, direção e sentido de seus países sedes. Há a evasão, a saída de pedras preciosas e ouro, por contrabando, e várias outras que poderíamos listar. Tudo isso está na grande conta das evasões gerais S/E, que englobam também a saída de cérebros, de peças arqueológicas e paleontológicas, de quadros, de tantas coisas. Há a quebra de milhares e milhares de microempresas por ano, a perda de esperança.

                            E tudo isso é notícia de alienação.

                            No caso dos estudantes PORQUE os assuntos ensinados não dizem respeito às suas origens, aos seus meios e aos seus destinos. Que expectativas eles têm em relação às suas vidas atuais, ao seu passado, ao seu futuro? A questão não é propriamente a evasão em si, porém AS RAZÕES DA EVASÃO, que nunca são investigadas. Quais as RAZÕES PROFUNDAS da evasão escolar? É que o ensino é uma extração burguesa, das elites capitalistas sobre o povo, não é nada propriamente a favor deste. E assim por diante.

                            Ocorre que a intelectualidade orgânica com a Burguesia geral NÃO QUER NEM PODE investigar as causas das evasões. Isso faria ruir o Capitalismo geral. Porisso ela se prende apenas a fotografar o fenômeno, sem atualizá-lo racionalmente, isto é, sem buscar as causas dos efeitos.
                            Vitória, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002.

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