sábado, 14 de janeiro de 2017


Escola de Desempregados

 

                            Associada a ela uma PEDAGOGIA DE DESEMPREGADOS, uma UNIVERSIDADE DE DESEMPREGADOS e uma MÍDIA DE DESEMPREGADOS. As pessoas sempre tratam o desemprego como uma chaga incurável, quando toda crise deve ser tomada como uma oportunidade também, de rever conceitos e formas, de dar saltos para o futuro, no sentido de desacomodar das tradições degenerativas (tanto o são quanto conduziram ao chamado “desemprego estrutural”, ou permanente).

                            A questão toda é a de falta de visão, justamente esta de, mudando a mesa para o contrário, com o avesso colocar os pés para baixo e a mesa toda na posição correta. Como quase todo mundo eu também fujo emocionalmente dos problemas, com o quê eles vão ficando maiores (não fossem os motivos educativos). Racionalmente podemos aprender a enfrentá-los.

                            Juntando MÍDIA x ESCOLA x PEDAGOGIA x PSICOLOGIA, podemos fazer muito, dando dominância ao primeiro, ao segundo, ao terceiro, ao quarto, com muitos arranjos. Rever a questão do desemprego, tomá-lo como uma mola propulsora da produçãorganização socioeconômica. Os governempresas podem usar o desemprego como uma forma de ensinamento, colocando os casos em escaninhos por triagem das semelhanças e então divulgando nacionalmente como se pode processar a renovação tanto de um lado quanto de outro, quer dizer, dos empregadores e dos empregados. Mostrando aos empresários o que podem fazer para não apenas aumentar mas reduzir o número de empregados, reduzindo o desperdício, juntando esse dinheiro e reinvestindo noutras formas de produção, melhorando a socioeconomia. Quanto aos desempregados, a renovação viria sob a forma de reaprendizado das tendências recentes da civilização, tanto aprendizado em escolas próprias (privadas ou públicas) quanto no lar, através de um Programa dos Desempregados, como se faz na Globo com o Pequenas Empresas Grandes Negócios (PEGN), com uma revista associada.

                            Empresários, trabalhadores, professores seriam chamados a dar aulas, falando de suas experiências. Em vez de fugir do problema, encará-lo de frente. Em vez de fazer do desemprego um inimigo, revertê-lo a companhia que ensina, se não vamos louvá-lo. Chamar os desempregados às mudanças, ao re-aprendizado contínuo (o que valeria para os empregados também, porque os desempregados desatualizados seriam agora atualizados).

                            Vitória, quinta-feira, 12 de dezembro de 2002.

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