Enfrentando Coletivamente
as Doenças
Através de Isaac
Asimov fiquei sabendo que existem quatro mil doenças de fundo genético. Depois
disseram que pode chegar a cinco mil. Sejam estas ou outras, são muitas, e com
relação a elas mais temos escondido nossas cabeças na terra, como avestruzes,
do que enfrentado. Não há preparação das crianças e adolescentes, a coisa é
meio caótica mesmo, e mórbida, existindo hospitais tenebrosos, agora menos que
antes, pois se tornou uma poderosa produçãorganização socioeconômica de
EXPLORAÇÃO DA DOENÇA e não da saúde. Envolve hospitais, laboratórios,
universidades, redes farmacêuticas, indústria dos remédios, cujo poder conjunto
é extremado e vive enquanto corporação pleiteando a todo custo sua continuidade,
como um Deus que dependesse do Diabo para continuar aterrorizando a humanidade visando
dela extrair trabalho através da dor e da sujeição.
Ao contrário, sem
forçar as crianças a conhecer o que não está no seu horizonte ainda, mas sem
impedir que lentamente se aproximem para saber, podemos constituir CÍRCULOS DE
CONHECIMENTO DAS DOENÇAS, onde as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e
empresas) e os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) iriam se
reunir para juntos aprenderem mais, estando ou não a pessoa doente – pois, você
sabe, quando o indivíduo adoece todos os níveis seguintes adoecem com ele.
Esses círculos reais
seriam anéis construídos pela arquiengenharia, onde as pessoas iriam estudar, e
conversar em mesas postas fora, sobre os assuntos pendentes. A cada semana
seria dada uma palestra. Teriam bibliotecas, museus, salas de conferência,
restaurantes e cantinas, lojas, como um hipermercado ou um centro de compras,
tudo voltado para o ENFRENTAMENTO E BANIMENTO das doenças, não sendo de modo
algum algo doentio. Pelo contrário, deve ser alegre, colorido e vibrante, agora
que a humanidade está pronta para esse enfrentamento. Porque, até agoraqui, as
doenças eram trancadas em salas fechadas, como se as pessoas devessem se
envergonhar de algo que é natural. As famílias que tinham doentes se
esquivavam, se escondiam. Não deve ser assim, devemos mostrar tudo, sem
escancarar e jogar no rosto dos outros, é claro.
Esse enfrentamento
nos ajudará a enfrentar também a angústia humana que durante tantos séculos a indústria
da doença, do mal-estar, da inquietação, do sofrimento vem trazendo à
humanidade.
Vitória,
sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.
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