terça-feira, 24 de janeiro de 2017


Enfrentando Coletivamente as Doenças

 

                            Através de Isaac Asimov fiquei sabendo que existem quatro mil doenças de fundo genético. Depois disseram que pode chegar a cinco mil. Sejam estas ou outras, são muitas, e com relação a elas mais temos escondido nossas cabeças na terra, como avestruzes, do que enfrentado. Não há preparação das crianças e adolescentes, a coisa é meio caótica mesmo, e mórbida, existindo hospitais tenebrosos, agora menos que antes, pois se tornou uma poderosa produçãorganização socioeconômica de EXPLORAÇÃO DA DOENÇA e não da saúde. Envolve hospitais, laboratórios, universidades, redes farmacêuticas, indústria dos remédios, cujo poder conjunto é extremado e vive enquanto corporação pleiteando a todo custo sua continuidade, como um Deus que dependesse do Diabo para continuar aterrorizando a humanidade visando dela extrair trabalho através da dor e da sujeição.

                            Ao contrário, sem forçar as crianças a conhecer o que não está no seu horizonte ainda, mas sem impedir que lentamente se aproximem para saber, podemos constituir CÍRCULOS DE CONHECIMENTO DAS DOENÇAS, onde as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) iriam se reunir para juntos aprenderem mais, estando ou não a pessoa doente – pois, você sabe, quando o indivíduo adoece todos os níveis seguintes adoecem com ele.

                            Esses círculos reais seriam anéis construídos pela arquiengenharia, onde as pessoas iriam estudar, e conversar em mesas postas fora, sobre os assuntos pendentes. A cada semana seria dada uma palestra. Teriam bibliotecas, museus, salas de conferência, restaurantes e cantinas, lojas, como um hipermercado ou um centro de compras, tudo voltado para o ENFRENTAMENTO E BANIMENTO das doenças, não sendo de modo algum algo doentio. Pelo contrário, deve ser alegre, colorido e vibrante, agora que a humanidade está pronta para esse enfrentamento. Porque, até agoraqui, as doenças eram trancadas em salas fechadas, como se as pessoas devessem se envergonhar de algo que é natural. As famílias que tinham doentes se esquivavam, se escondiam. Não deve ser assim, devemos mostrar tudo, sem escancarar e jogar no rosto dos outros, é claro.

                            Esse enfrentamento nos ajudará a enfrentar também a angústia humana que durante tantos séculos a indústria da doença, do mal-estar, da inquietação, do sofrimento vem trazendo à humanidade.

                            Vitória, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.

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