Enciclopédia de Exploração
Sempre
tive grande predileção por ler geo-histórias de aventuras, de gente que se
lança a explorações. Tradicionalmente têm sido homens, mas no futuro, como em
tudo, devemos esperar a presença de mais mulheres. É o tal do empreendedor, que
está longe de ser apenas o que cria empresas. Empreendedor é quem empreende,
faz qualquer tentativa, realiza. E isso pode ser basicamente qualquer coisa, se
lançar a uma aventura, explorar o fundo dos mares, subir montanhas, ir ao
espaço, abrir redes de esgotos, mapear como fez Rondon.
O
certo seria criar um dicionárienciclopédico de exploração, dicionário junto com
enciclopédia, o primeiro definindo os termos, o segundo as figuras ou agentes.
Imagine
só que material fartíssimo, desde os alvores da civilização, há 10 mil anos.
Deveria cada contagem começar pela pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa)
parada em seu ambiente, isto é, aparentemente igual a todas as demais que
ficarão presas; e então contar a psicologia (figura ou psicanálise, objetivos
ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias,
geo-histórias ou espaçotempos) que se lançou à diferença, ao distinto, ao
diverso, que decidiu sair do conforto em busca do que estivesse dentro do
desconhecido. O que leva alguém a sair de seu relativo conforto e confrontar os
ambientes que potencialmente podem ser hostis? O que a deixa insatisfeita,
dentro ou fora dela? Quais as expectativas de ganho?
Como
é que a pessoa enfrenta o desequilíbrio proporcionado pela remoção de seu lugar
presente? Como é que se prepara para os novos ambientes? Que forças tão grandes
a lançam aos novos descobrimentos a ponto de colocar sua vida em risco? Que
tipo de gente é essa? No que é diferente dos que ficam? Fico apaixonado pelas
personalidades que afrontam as dificuldades, que se lançam sem dó nem piedade,
virando do avesso por suas crenças inabaláveis.
Vitória,
quarta-feira, 27 de novembro de 2002.
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