Gabriel tem agora
dezesseis anos, passou no vestibular da FDV em direito noturno em 13º, na PUC
Minas em engenharia mecatrônica em 31º e na primeira fase da UFES em 5º, tendo
dado um salto extraordinário, vindo do interior do ES, Afonso Cláudio, onde
ambos moravam com a mãe e o ensino era fraquinho. A Clara também passou em 2001
em história na UFES primeira fase em 5º lugar e depois passou na segunda fase,
está cursando o segundo período.
Enfim, não são
somente os meus filhos, todas as crianças são formidáveis, pelas razões de
construção do ADRN e do ambiente umas mais e outras menos, mas todas são
fantásticas, valores admiráveis que temos junto de nós. Não me canso de
admirar, esses dois porque estão mais perto. Não obstante os pais e as mães,
tendo ou não razões justificadas, brigamos muito com nossos filhos, o que é
lamentável.
Tenho conversado
muito com meus filhos, desde quando vieram de volta há quatro anos, depois de
cinco anos de separação. A Clara, sendo menina, mais velha e amadurecida, têm
outros interesses que andar com o pai, mas Gabriel me instrui com freqüência
com suas visões que contemplo e aplaudo. E deveria ser assim para todos os pais
e mães. Por vezes nos sentimos vexados de ouvir dos mais novos, nós perdemos nossa
capacidade de aprender, nós abdicamos de nossa mais fundamental defesa, o
aprendizado. Ando horas a fio com eles, ouvindo e falando, expondo o modelo, as
coisas que pensei, vendo suas versões, anotando mentalmente e citando o que
dizem. Só com eles porque não tenho acesso às demais crianças, que seriam
igualmente, ou mais ou menos, capazes, com ligeiras diferenças.
Não é apenas
“obrigação de pais e mães” conversar com suas crias, para livrá-las das drogas,
das más companhias, dos desvios, é por puro prazer mesmo. Não é somente
altruísmo, nem dever social, é o mais puro egoísmo, da satisfação de aproveitar
bons pensamentos, o que vem sendo perdido por uns e outras, o que é
definitivamente uma pena. Se você está começando tarde, insista, persista, pois
o prêmio (para você) é grande.
Vitória,
sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário