segunda-feira, 23 de janeiro de 2017


Conversação

 

                            Numa conversa, que é mecânica (estática/dinâmica), o diálogo significa dia/logo, duas lógicas, dois modos de ver que trocam info-controle ou comunicação. Con-versar é versar junto, tratar junto, num ritmo rapidíssimo e muito interessante, absorvente quando partilhada, e admirável, mirável de fora. Convers/ação é o ato permanente de conversar.

                            Evidentemente é tão interessante porque cada lado se lembra de uma coisa e pega carona (diziam “ponga”, na minha infância, existe no Houaiss eletrônico como um jogo, q.v.) na fala alheia e tão próxima. Acontece que isso pode ser usado como técnica de extração de conceitos e formas a partir de um grupo, qualquer que seja, não precisa ser de gênios em tanques de pensamentos, pode ser o grupo mais díspar e trivial do mundo. Só de apresentar as imagens e as palavras vão chover associações, que podem ser gravadas para mineração posterior.

                            Os governempresas podem e devem usar essa técnica ou prática até transformá-la em ciência ou teoria psicológica nas empresas e nos governos, nas políticas e nas administrações, para resolver quase tudo. O encadeamento sucessivo iria nos dar bilhões de coisas novas, quando trabalhadas por pessoas encarregadas de triar e organizar as informações, pois surgiria muita coisa redundante ou já sabida. Entrementes, em meio à ganga estariam as preciosas pérolas de sabedoria.

                            Vitória, sábado, 11 de janeiro de 2003.

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