Controle de Qualidade
Celular
No livro O Que É Vida? (para entender a Biologia
no século XXI), Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2000, vários, tendo como organizadores
Charbel Niño El-Hani e Antonio Augusto Passos Videira, no capítulo 6, Replicação do DNA, de Luiz R. Nunes e
Regina Costa de Oliveira, os autores dizem nas páginas 143 e 144 que há cópia e
verificação de nove bilhões de pares de nucleotídeos durante a fase S de
replicação: “O controle rigoroso do ciclo celular, através dos diversos
checkpoints existentes ao longo de seu desenvolvimento, é um dos principais
mecanismos que os organismos utilizam para garantir que suas células não se
replicarão de maneira desordenada”.
Ao final da fase G2
há nova comparação. Portanto, passa cada divisão por duas operações de conferência.
Como são três bilhões de pares de nucleotídeos, não sei como seriam nove e não
seis bilhões de nucleotídeos. Digamos que sejam, para as duas conferências, 12
bilhões. Há somente um erro em cada 107 até 1011
montagens. Tomemos o índice menor: mesmo assim só aconteceriam 1.200 erros
nesses doze bilhões. Com o índice menor 0,12 nessa quantidade. Veja só que
seria um carro errado em cada 10 milhões a 100 bilhões, o que está muito além
da capacidade racional. Veja como estamos realmente distantes ainda da
capacidade biológica/p.2 em nossas construções psicológicas/p.3.
Isso que é o nosso
precioso controle mundial de qualidade não está nem ao pé de conseguir o que a
natureza obteve desde o primeiro instante (mesmo que a taxa de acerto também
evolua e, portanto, seja selecionada a sobrevivência da taxa mais alta e mais
apta, - o que seria interessante investigar, isto é, saber qual é a TAXA DE
ACERTO em cada genoma). A Natureza não é nada simples, afinal de contas, e há
ainda muita vã filosofia ou orgulho que deveremos aprender a rejeitar no
futuro.
Vitória, sábado, 04
de janeiro de 2003.
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