Contaminação Biológica
No
seu livro A Força do Conhecimento, São Paulo, EDUSP, 1981, p. 279, John
Zimann diz: Eis a razão fundamental pela qual a pesquisa é financiada
principalmente por grandes corporações ou pelo Governo, pois são essas as
entidades que dispõe dos meios capazes de superar os limiares de um
desenvolvimento tendente ao sucesso, por meio de suas grandes equipes de
cientistas e engenheiros. As idéias básicas podem provir de indivíduos, e isso
as torna baratas; mas a tecnologia em larga escala exige somas bastante
vultuosas de capital de risco”.
O
que isso tem a ver com a biologia?
Já
explicarei.
No
livro, na página anterior, ele mostra a “difusão do milho híbrido: áreas onde
se semearam 10 % ou mais de seus milharais com as sementes híbridas, em
determinados anos”, e mostra quadros com mapas dos EUA nos anos de 1936, 1938,
1940, 1944, 1946 e 1948, mostrando o rápido (pelos padrões geológicos,
rapidíssimo) espalhamento humano das novas sementes. Tal espalhamento não é
mais biológico/p.2, é psicológico/p.3, é racional, é artificial, não mais
natural. É uma luta psicológica/p.3 pela sobrevivência do milho mais apto, com
seleção pela inteligência e pela emoção humanas. Um novo ritmo, ampliado em
várias ordens de grandeza, de espalhamento genético.
A
Natureza usa tudo que é possível, ela não se prende a este ou àquele gosto ou
preferência, vai com tudo mesmo. Assim sendo, na biologia/p.2 o espalhamento é
tanto vertical, dentro da mesma espécie, quanto horizontal, dentro de espécies
diferentes. Na vertical há a norma lenta do ADRN repetitivo, com mecanismo de
correção, enquanto na horizontal os vetores viróticos e bacterianos transferem
ADRN de espécie a espécie.
Como
é que se dá esse espalhamento horizontal? Os pesquisadores estão começando a
falar disso. Penso até que há certos estocadores preferenciais, algumas
espécies que se dedicaram a acomodar o ADRN de todos e cada um, viesse de onde
viesse, e que um desses pode ser o lírio do campo, que tem 30 bilhões de pares
de nucleotídeos, com comparação com o ser humano, que tem um décimo, três
bilhões de pares (lembre-se do que Jesus disse: “olhai os lírios do campo, eles
não fiam nem tecem e, no entanto, nem Salomão, no alto de sua glória, se vestiu
como um deles”).
Do
mesmo modo no nível psicológico/p.3; a Natureza, também aqui, usa tudo que
pode. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) transferem
verticalmente, de pessoa a pessoa, as heranças psicológicas/p.3, no tempo, ao
passo que os ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) transferem
horizontalmente, no espaço. Ou seja, empresas injetam do passado para o futuro,
governos o fazem no presente.
Essa
é a razão verdadeira, mais de fundo – o projeto é tremendamente rápido, agora
que engatou a marcha da racionalidade.
Vitória,
sexta-feira, 11 de outubro de 2002.
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