Casa dos Avós
Quando
a gente é criança e avó e avô estão vivos, os pais distam de 20 a 30 anos, os
avós de 40 a 60, de forma que aos nossos 10 anos vão corresponder pais e mães
com 30 a 40, avós e avôs com 50 a 70 – há um fosso grande. Se calhar de termos
bons pais e mães e bons avôs e avós, podemos ser bem felizes. Se as avós e os
avôs moram no campo, em algum distrito onde os netos são soltos sem qualquer
preocupação dessas “modernas” de rapto, de malícia, tiroteio e todas essas
coisas detestáveis de agora, então podemos ser extraordinariamente felizes,
como foi a minha geração em Burarama, distrito de Cachoeiro de Itapemirim, a
década dos 1950 e 1960.
Neste
mundo atual, que está ficando cada vez mais esquisito, urge os governempresas
instalarem a Casa dos Avós, como um departamento importante do Ministério do
Interior, de tal modo que elas proliferem aos milhares (são 5,5 mil municípios,
talvez, 10 x 1, uns 60 mil distritos e bairros), de modo que há bastante
serviço a ser feito, colocando-se somente velhos e velhas (que teriam então uma
renda adicional, digamos de um salário mínimo cada, para ajudar na compra dos
remédios e várias pequenas coisas), dando-lhes trabalho e às crianças
felicidade de ter a sabedoria da idade por perto. Claro, seleção cuidadosa dos
bem-humorados é fundamental.
Toda
uma pedagogia da convivência deve ser trabalhada, para aprimorar o amor natural
daqueles que sabem dá-lo. Casas no campo ou nos espaços (limites + X km)
padronizados das periferias das cidades devem ser construídas, num padrão
nacional de qualidade adaptada às características locais.
Vitória,
terça-feira, 17 de dezembro de 2002.
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