quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


Autocrítica e Reeducação


 

                            Quando entrei na faculdade de engenharia na UFES havia uma quantidade de grupos de discussão dos textos de Marx, Lênin, Engels e até Mao. Participei de alguns. Em um ou outro foram ensaiados os processos remotos, das matrizes ideológicas na URSS e China, de autocrítica e reeducação.

                            Eu tinha profunda simpatia por essas coisas, porque em minha inocência eu não pensava no lado ruim. Agora o modelo mostrou nitidamente que os pares polares opostos/complementares bem e mal existe como 50/50, ou seja, 50 % é Mal geral. Então, todos os seres humanos estão sujeitos a ele, menos 2,5 % ou 1/40, podendo até os 47,5 % do bem migrar eventualmente ou ter simpatia pelo mal.

                            Pois essas pessoas pegam uma coisa inocente, que seria a gente admitir que erra, e até fazer isso de público, querendo reeducar-se para o acerto, e transforma num perigosíssimo processo de chacoalhamento dos indivíduos, famílias, grupos e empresas. As pessoas são bombardeadas, metralhadas em público, são profundamente humilhadas, estupradas mentalmente, e castigadas da forma mais rude e grosseira. A dor psicológica de tal processo de retalhamento é mais aguda que qualquer dor biológica/p.2.

                            E isso foi feito nos países ditos comunistas por décadas a fio. Seria preciso retratar esses desvios com muitas teses de mestrado, doutorado e pós-doutorado, desde quando começou. Em que lugar? Quão fundo foi? Quantas pessoas atingiu? Conhecendo tais desvios negros a humanidade poderá futuramente se defender melhor. Sempre haverá esse tipo de gente que utiliza a simplicidade e os bons sentimentos para construir edifícios de pura maldade.

                            Por essa razão tais coisas devem ser terminantemente proibidas, tanto a autocrítica pública quanto a reeducação por iniciativa do Estado.
                            Vitória, quinta-feira, 26 de dezembro de 2002.

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