A
Socioeconomia do Jacaré
Já
contei que por volta de 1985 quisemos criar jacarés no Degredo, os 80 alqueires
que tínhamos de areia lá pelos lados da Povoação, distrito de Linhares, ES. O
órgão governamental protetor de então foi contra. Se estávamos pretendendo
criar não estávamos matando, não é? Não teve apelação.
Passados
tantos anos vem essa idéia, junto com Alvacy Perim, irmão de minha mãe, de
criar jacarés em regime industrial, pois no Pantanal Mato-grossense estão quase
como praga. A pele iria para sapatos e bolsas, a carne “para os pobres”, diz
ele, as agroindústrias se instalariam aos montes no local, as fazendas sendo
preparadas para tal.
Acrescento
que se deve juntar os ecologistas e os conservacionistas ao projeto, por
exemplo, através do Projeto Genoma do
Jacaré, ganhando-se algo mais com a coisa. Filhotes podem ser exportados
tanto para o Brasil quanto para outras nações. As fazendas podem receber ecoturistas,
podem vender carne aos restaurantes elegantes do Sul e Sudeste, ou aos de
outras nações. A carne sobrante, numa medida qualquer, pode ir complementar as
fontes de proteínas nas escolas das redondezas. Milhares, centenas de milhares
podem ser envolvidos.
Ou
seja, em vez de uma coisa depressiva e proibitiva, para baixo, algo de otimista,
franqueado, para cima, com crescimento e desenvolvimento socioeconômico. Em
resumo, porque estamos sempre proibindo e não facilitando? Se as vacas e os
bois tivessem sido protegidos pelos conservacionistas e ecologistas radicais,
teríamos hoje 100 mil delas e deles, em perigo de extinção, sendo necessário
criar parques e reservas especiais que custariam dinheiro do contribuinte. Do
jeito que foi feito elas e eles são hoje centenas de milhões. É justa a
preocupação, mas através do Consórcio do
Jacaré podemos tirar dinheiro, digamos um tributo especial de 10 %, a ser
capitalizado num Fundo do Jacaré,
que ajudará também outras espécies.
Vitória,
sábado, 04 de janeiro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário