sábado, 14 de janeiro de 2017


A Pessoa Publicada

 

                            Com essa coisa da Internet há chance de pela primeira vez na existência humana termos um registro que acompanhe a pessoa (indivíduo, família, grupo, empresa) em qualquer ambiente (município/cidade, estado, nação, mundo) aonde ela vá. Mais do que uma novidade, servirá de amparo aos movimentos da autoridade de proteção (lar, armazenamento, saúde, segurança e transporte), ainda que o primeiro serviço em que vão pensar os governantes é na autoridade da lei, pois sempre são autoritários, superafirmadores da autoridade. Quer dizer, vão rastrear a legalidade dos atos.

                            Obviamente deve ser duplo cuidado, tanto oficial quanto pessoal, isto é, autorizado por ambos. Os governos devem ter uma chave que autentique número entrado exclusivo da pessoa, só conhecido dela. Um código, uma chave, o que for, garantirá que dados não homologados duplamente entrem na ficha da pessoa (a menos da inevitável presença de hackers, que são impossíveis de obstaculizar). Mas o benefício de ter exposta tal ficha mundialmente aceita são potencialmente enormes, em termos de uma identidade realmente universal.

                            Nessa ficha caberá muito mais que numa carteira de identidade, numa carteira nacional de habilitação, num título de eleitor – poderá conter mil documentos diferentes, um número planetário, o que for, e ser acessada de qualquer lugar do planeta, agora que os celulares e os computadores estão sendo conjugados e a telefonia universal está realmente batendo à nossa porta. Se for conectada a chave-número da pessoa com a chave-número do governo, com a identificação positiva do dedão, impressão digital, talvez até retina, não será fácil falsificar.

                            Vitória, quarta-feira, 11 de dezembro de 2002.

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