quarta-feira, 18 de janeiro de 2017


A Impossibilidade do Conhecimento

 

                            Pegue essas quatro palavras (a, impossibilidade, do, conhecimento) e vá explicar cada uma delas. Para isso você precisará de mais palavras, depois de mais ainda para explicar aquelas e assim por diante, indefinidamente. Como juntar essas quatro palavras? Não serve outra ordem (“conhecimento da impossibilidade a” não significa nada). Você precisa de uma língua e da lógica associada a ela, bem como da dialética que relaciona os objetos compreensivamente.

                            A seguir já estamos no plano em que você precisa explicar o que é explicar, e como podemos entender as coisas, tendo começado lá na ponta da micropirâmide (veja a seqüência das pirâmides no artigo Desenho de Aliens, neste Livro 18), passando pela mesopirâmide, até o limiar da macropirâmide, onde estamos agoraqui chegando à globalização.

                            Como você compreenderá rapidamente, PARA EXPLICAR UMA ÚNICA COISA (palavra ou imagem) é preciso conhecer o pluriverso inteiro, é preciso estar na Tela Final, como Deus, parte consciente de Natureza/Deus, Ela/Ele, ELI, está. Ora, ali não pode estar mais que O UM, o único capaz de dar o salto infinito.

                            Kurt Gödel (tcheco, 1906 a 1978, 72 anos entre datas), ao provar em seu teorema a impossibilidade aparente do fechamento total da Matemática, estava ao mesmo tempo provando a impossibilidade de Deus e do Conhecimento (da Magia/Arte, da Teologia/Religião, da Filosofia/Ideologia, da Ciência/Técnica e, claro, da Matemática central). Ele estava dizendo que as verdades relativas nunca se fechariam no absoluto, que constitui com o relativo o par polar oposto/complementar anunciado, que tem necessariamente um terceiro, uma solução, estabelecendo simetria. Na realidade o anúncio de um único objeto é o anúncio correlativo de todo o pluriverso. O anúncio de um só planeta é o anúncio de todos. O anúncio de uma só vida é anúncio de todas (que apenas não estão mostradas). O anúncio de uma só palavra já é anúncio de toda a Língua universal, porque todo e parte, como viu Arthur Koestler (húngaro, 1905 a 1983, 78 anos entre datas) fazem o hólon ou todoparte ou partodo. É um circulinha, circunferência e diâmetro.

                            Assim, o próprio fato de que é aparentemente impossível conhecer (e, no entanto, conhecemos, parcialmente que seja) nos diz que é totalizável, mas apenas por um. Os outros todos ficarão de fora, ou de outro modo se estabeleceria competição, seletividade, parcialidade.

                            Vitória, sábado, 28 de dezembro de 2002.

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