(1/40) n
Pensei
que 2,5 % estão na extrema esquerda, 47,5 % no centro-esquerda, 47,5 % no
centro-direita e 2,5 % na extrema direita, por conta da margem estatística de
erro de 5,0 %. Se for assim, esses 2,5 % ou 1/40 são de grande utilidade.
Podemos
contar que apenas 2,5 % nunca mintam, uma em cada quarenta pessoas num ônibus,
cuja lotação gira em torno de 46 pessoas. Segundo a Veja ouvimos por dia 200
mentiras, o que eu não acredito, porque acho que nem falamos 200 frases por
dia. Mas são muitas, e se for verdade o modelo então apenas 150 milhões de
seres humanos não mentem.
Ora,
o Dicionário geral se divide em duas partes, uma boa e uma ruim, com listas de
pares polares opostos/complementares (mas, veja, o par fundamental homulher não
tem de um lado só coisas boas e do outro só coisas ruins, deve ser equilibrada
a distribuição). Assim, pensemos em doce e amargo; quem não mente e é AO
MESMO TEMPO perfeitamente doce? A resposta é (1/40)2 = 1/1.600, ou
3,75 milhões de seres humanos. Se juntarmos justo e injusto,
perfeitamente VERDADEIRO/DOCE/JUSTO (1/40)3 = 1/64.000, e dividindo
os de cima obtemos 93.750, menos de 100 mil numa população de mais de seis
bilhões. Como (1/40)6 torna-se menor que zero, nenhum ser humano
pode encarnar PERFEITAMENTE seis ou mais qualidades, o que serve para medir a
divindade, diga-se de passagem. Evidentemente num instantinho esgota-se e
chega-se à divindade.
Seria
útil para ver quantos se aproximam dessa extremidade perfeita, através dos 47,5
%, o que seria muito útil para ensinar à humanidade, vamos e venhamos. Não são
as extremidades que nos interessam enquanto utilidade (embora fosse maravilhoso
ver um iluminado, como Cristo e Buda, digamos, em ação, de perto), mas sim o
centro, tanto o centro-esquerda quanto o centro-direita, em termos de trabalho
e outras oportunidades, digamos os condutores de lazer. Perfeitamente
bem-humorado é raro, mas bem-humorado não é, dentro de uma partição
estabelecida por programáquina extrator do tipo 1.0 em evolução. Veja só que os
P/M desse tipo serão construídos no futuro e poderemos ter professores em
faixas dentro dos 47,5 % do centro-direita (só porque lemos da esquerda para a
direita; no Japão colocariam o que é bom no centro-esquerda – chegue-se a um
acordo, talvez colocando para cima).
Com
tal P/M extrator poderemos colocar os mal-humorados noutras tarefas e eles
mesmos compreenderão. E o lado ruim do Dicionário, querendo viver também,
aprenderá a aceitar as tarefas em que TODOS não sejam ofendidos, pois uma
pessoa mal-humorada pode ser justamente a pessoa valente de que precisamos para
outra coisa.
Vitória,
domingo, 01 de dezembro de 2002.
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