sábado, 3 de novembro de 2018


Maga Rita Vê Coisas Mágicas

 

Rita era maga ou se pensava tal.

O raciocínio que parecia lhe dar competência para isso era bastante tortuoso: havendo o par polar i Deus-Natureza e se a Natureza era o lado inerte, Deus era o lado ativo, criador. Tanto a Bíblia (e os livros sagrados) estavam certos ao afirmar que “no princípio era o Verbo”, quanto de fato o expressar-se – sendo a característica central da racionalidade – deveria ser replicado no nível mais alto. Isso era uma falácia, porquanto a racionalidade, devendo expressar-se sobre o exterior, sobre o mundo mais vasto, fá-lo com signos que comprimem tal exterior (de outro modo não mentalizável), fazendo-o caber na rede de memórinteligência dos racionais da Terra, os humanos, na rede eletroquímica do cérebro. Quer dizer, a compactação em símbolos permite apreciar o exterior como uma névoa do programáquina corpomental humano.

Já i Deus-Natureza não é criador nem criado, i Si É. Sempre foi, é, sempre será. Não veio a ser e ao ser não é por palavras, i é a Matemática e a Língua meta-essênciexistencial. Deus-Natureza não “fala” o exterior porque não existe exterior, i Si É, i Si É e Si fala.

Deus-Natureza acontece, decorre.

Mas a maga Rita imaginava que, se pudesse replicar os processos elevados dialógicos-p.6 de i (depois da Físico-Química, depois da Biologia-p.2, depois da Psicologia-p.3, depois da Informática-p.4, depois da Cosmologia-p.5), PODERIA em tese falar os acontecimentos, ordenando aos objetos que se conformassem.

Como já não era o caso de afastar a Teologia-Religião, a Filosofia-Ideologia, a Ciência-Técnica e a Matemática, a Magia-Arte agora adotava os caminhos todos demonstrativos.

Então, a maga Rita foi freqüentar um curso de Física.

FAZENDO FÍSICA (a Magia-Arte deve ser físico-química também) – ela deve acompanhar todos os conhecimentos.

Magia-Arte
Teologia-Religião
Filosofia-Ideologia
Ciência-Técnica
Matemática
19
Natureza Cinco N.5
p.6
Pluriversos
(*)
18
Universos
10.000 milhões AL
2
17
Dialógica
Superaglomerados
100 milhões
1
16
Aglomerados-galáxias
10 milhões AL
1
16
Natureza Quatro N.4
p.5
Galáxias-aglomerados
15
 
 
 
 
Constelações
 
 
 
 
100 AL
4
14
Cosmologia
Sistemas estelares
10 AL
1
13
Planetas/mundos
107 m
2
13
Natureza Três N.3
p.4
Mundos/planetas
12
Nações
106 m
1
11
Informática
Estados
105 m
1
10
Cidades-municípios/empresas
104 m
1
10
Natureza Dois N.2
p.3
Empresas/CM
9
Grupos
 
102 m
2
8
Psicologia
Famílias
101 m
1
7
Indivíduos/corpomentes
100 = 1 m
1
7
Natureza Um N.1
p.2
Corpomentes/indivíduos
6
Órgãos
10-1 m
1
5
Biologia
Células
10-2 m
1
4
ADRN/moléculas
 
10-4 m
2
 
4
Natureza
Zero N.0
Química
Moléculas/ADRN
3
 
 
 
Átomos
 
 
 
10-8 m
4
 
 
 
2
Física
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Subcampartículas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10-17 m
9
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campartícula fundamental cê-bóla ©
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10-35 m
18
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

(*) – degraus até o nível inferior (como se fossem apartamentos faltantes no prédio de 61 andares) em potências de dez; dois andares colados (1) significam que o de baixo ou o de cima é dividido ou multiplicado por 10. 10-35 m é o horizonte de Planck.

Pense assim: que do cê-bóla até os subcampartículas (quarks e outros) vão 18 degraus de base 10, quer dizer, 18 multiplicações por 10:

1.000.000.000.000.000.000

São imensos vazios. Não obstante, o campartícula AGE À DISTÂNCIA, sem qualquer intermediação. No nível em que estamos - o da racionalidade - com palavras obscurecemos a essência-existência. Não há nenhuma grua material que vença tais distâncias. Sem qualquer toque ©-©; cada © opera sobre todo e qualquer outro © a essas enormes distâncias diametrais (pois, de outra forma, todo cê-bóla criaria outro, duplicando a cada 10-44 s a massa do universo, ou a base se esvaziaria). Se tomássemos as dimensões do corpomente-indivíduo, de um metro, multiplicando por 1018 isso nos levaria a 1.000.000.000.000.000 m ou 1.000.000.000.000 km – um ser humano interferiria em outro a 1.000.000 de 1.000.000 km de distância vazia (um ano-luz é igual aproximadamente a 10 trilhões de km: 365,25 dias/ano x 86.400 s/dia x 300.000 km/s).

Imagine só os saltos.

Literalmente saltos sobre o vazio.

Há esse estranho poder mágico.

Por conseguinte, há tanto o poder da ação por proximidade, por toque, como no plano da racionalidade em que não estávamos conscientes (até a contemporaneidade, até depois de 1789) de haver distâncias tão grandes para baixo (embora para cima, sim).

Como pode do chão saltar 18 degraus? Não há nada ali, mas há efeitos: para afetar as partículas superiores, as inferiores devem MATERIALMENTE tocar, enviar mensageiras continuamente e não podem fazer isso, por definição.

Isso é mágico.

Ademais, como uma rede de causações aleatórias produz vida e ordem? Em cima estão os efeitos esperados (bater nas teclas) e algo de dentro, chamado “vontade” encarrega-se de fazer exatamente isso QUANDO DESEJADO.

Maga Rita ficou espantadíssima e achou que o mundo era mesmo mágico e que toda Magia-Arte, de fato tudo, provinda de i Deus-Natureza que Se Era.

Finalmente Maga Rita entendeu a Magia e a Arte de i.

Serra, sábado, 07 de julho de 2012.

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