Belô,
o Belo
Roberto, apelidado
Robelo, Belo - Belô, como ele mesmo se chamava. Achava-se o tal e o qual, se
auto-afirmava, se projetava, era cheio de si e vazio do mundo, vazio de quase
tudo.
Vestia-se “nos
trinques”, gastava um dinheirão para parecer “chique trivial”, consultava as
revistas de moda para homens, ia às lojas chiques, tomava aulas de etiqueta.
Pois Belô não tinha
nada na cabeça.
Era um vazio total,
os neurônios sem qualquer uso.
E como todo mundo que
não tem conteúdo, ele vivia da forma. Apurava a forma, fazia propaganda do
corpo, avultava-se pelo exterior, já que o interior era vazio, um nada consta
horrível, como tantos seres humanos.
Em situação de
equilíbrio 50/50 a humanidade é metade da forma e metade do conteúdo, estes os
seres que pensam e buscam descobrir, que descobrem e fazem.
Belô era como os
centomens e as centomulheres, os homens-centopéias e as mulheres-centopéias, os
homens e mulheres que usavam as pernas e os braços dos outros para viver, que
exploravam e não trabalhavam, “levavam na flauta”, flauta dos outros.
Belô foi yuppie na
década dos 80 e 90, vivia com ternos “risca de giz”, encomendava os ternos em
Londres e foi enriquecendo, porque as pessoas não ligam mesmo para a
honestidade, a bondade, a dignidade e tudo isso do lado bom do dicionário.
Explor/ação pelo menos é ação, é pró-ativo, é dinâmico.
Para justificar-se,
Belô fez livro (que outro escreveu, escritor fantasma) sobre as “pessoas
elegantes”, todos os seus parentes formais vivendo de parasitar os outros. Eram
milhões no mundo inteiro, ele teve de ser judicioso, muito criterioso para
escolher em cada profissão aqueles que viviam do suor do rosto alheio.
Foi um sucesso.
Fez quase tanto
sucesso quanto Caras.
BELÔS, OS BELOS
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Como disse FHC-Belô,
como é fácil governar o Brasil!
Serra, quarta-feira,
09 de maio de 2012.
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