Man
Drake III
Assim como o
Super-Homem, o Homem Dragão enfrentou as maiores penas e os maiores embaraços
quando chegou ao Ocidente 100 anos atrás, tudo derivado dos super-poderes.
Era justamente esse o
teste: como se comportaria perante os fracos e os oprimidos alguém que podia
quase tudo?
ESSAS dificuldades do
Super-Homem ninguém mostrou, o enorme empenho para se auto-controlar, para
administrar a fraqueza alheia; bem como a permanente tentação de ajudar a
todos, de salvar a todos dos erros e dos castigos que a Natureza prontamente
nos entrega nesses casos.
POR
PROFUNDAS DEPRESSÕES ELES PASSARAM (e tiveram de se curar sozinhos: cada
santo/sábio e cada iluminado passou pelo inferno de fogo que propugnava a
submissão alheia, e ao fim e ao cabo levou à superação)
os super-heróis
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os que fazem acontecer
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os santos e sábios
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os iluminados
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Com tanto poder,
tanto poder fazer, o que Man Drake fazia?
A maior parte do
tempo ele se controlava, mais do que controlar os outros, pois era duplamente
poderoso:
1) através da Pedra
de Luz podia olhar qualquer um, exceto a pedra-mãe lá em Xanadu, debaixo do
Potala;
2) podia operar isso
que se chama Magia, a alteração da realidade, sem cair no abismo do Negror -
trabalhar o lado negro sem ser contaminado.
Isso exigia sabedoria.
Man Drake vivia
permanentemente assoberbado pela possibilidade de queda e porisso mesmo era
profundamente religioso. Pois ele podia agir pela Palavra e pelo Gesto.
Duplamente, pelo gesto-palavra, que era muito mais eficaz e cujo aprendizado
vinha dos Antigos pela linha de sucessão, através dos imortais filhos de Adão e
Eva.
Poucos nasciam a cada
século para receber esse demorado treinamento, que era basicamente de
auto-contenção, não fossem os errados acabar obliterados pelos seus mestres.
Man Drake sofria
crises incríveis em razão de seus conhecimentos superiores. Um dos modos de
diminuir a tensão era participar dos shows de mágica, esses que são
apresentados nos circos, nos teatros, no cinema, na TV e em toda parte,
fazendo-se passar por farsante, como se as mágicas verdadeiras fossem falsas,
inventando mecanismos dispensáveis que os espertos investigavam para defini-los
facilmente como falsificações. Quanto trabalho para parecer falso! Quantas
horas perdidas de sono para parecer trapaceiro! Desde os tempos mais antigos
esses magos verdadeiros assim procederam. Há um retrato deles no livro Um
Estranho numa Terra Estranha.
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Serra, terça-feira,
24 de abril de 2012.
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