segunda-feira, 29 de outubro de 2018


Man Drake III

 

Assim como o Super-Homem, o Homem Dragão enfrentou as maiores penas e os maiores embaraços quando chegou ao Ocidente 100 anos atrás, tudo derivado dos super-poderes.

Era justamente esse o teste: como se comportaria perante os fracos e os oprimidos alguém que podia quase tudo?

ESSAS dificuldades do Super-Homem ninguém mostrou, o enorme empenho para se auto-controlar, para administrar a fraqueza alheia; bem como a permanente tentação de ajudar a todos, de salvar a todos dos erros e dos castigos que a Natureza prontamente nos entrega nesses casos.

POR PROFUNDAS DEPRESSÕES ELES PASSARAM (e tiveram de se curar sozinhos: cada santo/sábio e cada iluminado passou pelo inferno de fogo que propugnava a submissão alheia, e ao fim e ao cabo levou à superação)

Descrição: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/thumb/b/be/Super-Homem.jpg/250px-Super-Homem.jpg
os super-heróis
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os que fazem acontecer
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os santos e sábios
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os iluminados

Com tanto poder, tanto poder fazer, o que Man Drake fazia?

A maior parte do tempo ele se controlava, mais do que controlar os outros, pois era duplamente poderoso:

1) através da Pedra de Luz podia olhar qualquer um, exceto a pedra-mãe lá em Xanadu, debaixo do Potala;

2) podia operar isso que se chama Magia, a alteração da realidade, sem cair no abismo do Negror - trabalhar o lado negro sem ser contaminado.

Isso exigia sabedoria.

Man Drake vivia permanentemente assoberbado pela possibilidade de queda e porisso mesmo era profundamente religioso. Pois ele podia agir pela Palavra e pelo Gesto. Duplamente, pelo gesto-palavra, que era muito mais eficaz e cujo aprendizado vinha dos Antigos pela linha de sucessão, através dos imortais filhos de Adão e Eva.

Poucos nasciam a cada século para receber esse demorado treinamento, que era basicamente de auto-contenção, não fossem os errados acabar obliterados pelos seus mestres.

Man Drake sofria crises incríveis em razão de seus conhecimentos superiores. Um dos modos de diminuir a tensão era participar dos shows de mágica, esses que são apresentados nos circos, nos teatros, no cinema, na TV e em toda parte, fazendo-se passar por farsante, como se as mágicas verdadeiras fossem falsas, inventando mecanismos dispensáveis que os espertos investigavam para defini-los facilmente como falsificações. Quanto trabalho para parecer falso! Quantas horas perdidas de sono para parecer trapaceiro! Desde os tempos mais antigos esses magos verdadeiros assim procederam. Há um retrato deles no livro Um Estranho numa Terra Estranha.

Descrição: http://www.universohq.com/quadrinhos/2003/imagens/estranho_terra_estranha.jpg

Serra, terça-feira, 24 de abril de 2012.

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