Gênios
Tutelares
Aquele homem riquíssimo e ao mesmo
tempo sábio, conjunção raríssima, desejou deixar aos filhos e filhas riqueza
imensa e porisso mesmo procurou em todo o mundo quem o ajudasse. O
significativo era o mérito e o conhecimento, não a cor, o sexo, a altura, a
largura, a profundidade, a idade e outras minudências dessas.
Contratou 21 gênios.
Como alunos colocou os seus e os
filhos e filhos dos empregados e empregadas da casa, de modo que constituiu uma
classe alegre e risonha, com gente muito dedicada que entrevistou pessoalmente
um a um. Quando se enganou com o caráter desse ou daquela, procurou corrigir
seus erros, mandando embora os aborrecidos e colocando outros no lugar.
Entregou a tutela dos alunos à
genialidade.
Para os contratados era bom, porque
ele proporcionou 21 chalés na propriedade e laboratórios de todos os tipos,
principalmente acesso de informática, telefonia universal e tudo mais.
Estava lhes proporcionando as
verdadeiras riquezas:
1)
Aos
que aprendiam a chance de acessar o melhor conhecimento sob a forma vibrante do
ensino interessado;
2)
Aos
que ensinavam a chance ainda mais importante, fundamental, de falarem “o que
quisessem”, dentro das margens da decência e do bom amor.
As crianças não deixavam de ir à
escola regular, inclusive pública.
Esse ensinaprendizado de
perguntas-respostas duplamente hábeis acabou por contaminar a escola aonde iam;
a diretora e os professores procuraram se informar e foram entrevistar o
ricaço, que não se fez de rogado, pediu aos gênios (sob pagamento) para
elaborarem um resumo de seus métodos, publicado sob a forma de livro que fez
sucesso: As Margens do Brilho, Rio
de Janeiro, editoria dos autores, 2009, coletânea de 23 abordagens (21 dos
autores, uma do conjunto dos alunos, uma do bilionário).
Assim como a obra de Paulo Freire,
essa nova pedagogia provocou frisson internacional e a ONU enviou pessoal ao
Brasil. Os gênios foram convidados a dar palestra em várias universidades dos
EUA, do Canadá, da Europa, do Japão, da Austrália, do México, dos países árabes
(a lista é grande).
Em 2015 a ONU tinha uma minuta, que os
países membros assinaram como carta de intenções: Sob a Ótica do Amor o Ensinaprendizado. Em 2017 o processo foi
encampado pelo Conselho de Segurança (de que o Brasil fazia parte) e em 2018
foi finalmente sancionado pelos estados-membros.
Na década seguinte foi amplamente
disseminado.
Serra, terça-feira, 24 de abril de
2012.
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