terça-feira, 30 de outubro de 2018


Programa de Índio

 

A Retevê lançou um programa FAVORÁVEL aos índios e a toda a nação brasileira, dando-lhe esse nome provocativo, pois antigamente “programa de índio” era coisa muito chata de fazer, difícil, enjoada, aborrecida.

Levou em conta que os índios usavam as florestas com o mínimo de danos. Não pretendia substituir a civilização ocidental (ou oriental) por esse estado pseudo-paradisíaco do falso “bom selvagem”, de jeito nenhum, não havia a mínima ilusão a esse respeito. Voltar à fase de caça-coleta além de ser proibitivo no mero sentido de não haver sustentação para tantas bocas, desejos e ansiedades (por vezes criada), como seria a mais pura e estúpida burrice.

Contudo, os índios teriam muito a nos ensinar em termos de consideração e respeito pela primeira Natureza, a natureza biológica-p.2 dos fungos, das plantas, dos animais e dos primatas. Depois, convidariam índios de toda parte, de todas as Américas, do extremo sul na Patagônia até o Alasca no extremo norte. A Carta Testamento do chefe seatle seria lida, bem como outros alertas ao longo dos (2012 – 1492 =) 520 anos. Literatos que fizeram livros a respeito deles seriam convidados, os filmes (bons e ruins, estes os que os diminuíam) seriam passados, quadros seriam expostos, palestras científicas (geológicas, paleontológicas, antropológicas, arqueológicas e geo-histórias) seriam proferidas.

Muito bem bolado.

Semanalmente passaria episódio investigativo, documentário do tipo das descobertas de sambaquis, vida nas aldeias, propostas ecológicas de vida no campo, alteração das cidades, harmonização, tranqüilização das redes urbanas, recuperação da calma, estabilização das consciências, enfim, milhares de iniciativas carreadas para fazer livros pequenos e grandes destinados a realmente interferir na vida nacional e multinacional.

Veio gente de muitos lugares.

As universidades juntaram-se à iniciativa.

Finalmente os governos se sensibilizaram e participaram.

Empresas finalmente viram como fundamental preservar o biopatrimônio e a ecorrede, o ecopatrimônio.

Foi sinérgico, multiplicativo, tempestuoso.

Índios de toda parte foram entrevistados, sendo exposta a situação real deles (nem sempre era ruim, muitos deles, especialmente nos EUA, eram ricos, embora isso não fosse necessariamente bom, pelo contrário). Uma universidade indígena surgiu.

A Retevê foi galardoada com o Prêmio Nobel da Paz.

O programa atingiu na sua faixa de horário (depois foi elevada ao horário nobre) alto índice de audiência e levantou o IBOPE da rede, levando a outros programas interessantes.

Serra, sexta-feira, 04 de maio de 2012.

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