Orgulharia
Na sequência das antigas
pastelarias (preparação de pastéis), padaria (preparação de pães), sapataria
(conserto de sapatos), caldeiraria (preparação de caldeiras), tabacaria (venda
de tabaco), pizzaria (venda de pizzas) e das recentes revistaria (venda de
revistas) e outras, esse quis entrar no ramo do orgulho e começou a vendê-lo na
orgulharia.
Vendo que tantos
brasileiros eram orgulhosos sem qualquer razão para isso. Que, bastando ter um
carro, qualquer feliz empregado com mais de mil reais de salário por mês
conseguia; ou ter uma casa; ou ter um título universitário – ele achou que se
daria bem demais, embora Jesus tenha dado no Sermão da Montanha os motivos para
se afastar de todo mal.
O
SERMÃO DA MONTANHA
|
Wikipédia
As Bem-aventuranças
As Bem-aventuranças [2] são
o anúncio da verdadeira felicidade, porque proclamam a verdadeira e plena
libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do
Reino de Deus através da palavra e acção de Jesus, que tornam a justiça divina,
presente no mundo.
|
Embora se dissessem
cristãos ou budistas ou maometanos ou isso ou aquilo as pessoas não obedeciam
aos ditames religiosos, pelo contrário, primavam pelo oportunismo, a
superafirmação do oportuno (daquilo que é aproveitamento “no ato”, ato de
esperteza) em toda oportunidade.
Ele vendia orgulho,
mas ninguém queria comprar, porque todos tinham de sobra. Em quase nenhuma casa
havia falta de orgulho, da alta-satisfação consigo mesmo, da auto-elevação, da
auto-projeção. Quase ninguém estava privado de altanaria, de muita altivez, de
empáfia, de fatuidade, de soberba, de arrogância. Quase qualquer um era duque
ou duquesa, até os garis e as manicures.
Quase ninguém gostava
da simplicidade e da pureza de espírito, poucos tinham dignidade, todos estavam
enraivecidos. O mundo ia de mal a pior e de pio a péssimo a passos largos, de
corredor.
Evidentemente a firma
dele afundou.
Serra, quarta-feira,
09 de maio de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário