terça-feira, 30 de outubro de 2018


Sambaqui

 

O dono do bar aproveitou que sambaqui, a urna funerária dos índios (um vaso grande o bastante para caber um corpo morto em posição fetal), se parecia com samba-aqui para criar uma roda de samba de alta qualidade. Convidou artistas a apresentações rotativas, desenvolveu os grupos, fazia por gosto, gostava de samba.

E apreciava também a arqueologia. Colocou banners, grandes manchetes, um por semana; colocou livros à venda, passou filmes e documentários, criou um grupo cultural bastante fiel. Professores (de geologia, de paleontologia, de antropologia, de arqueologia, de geo-história) iam lá beber e o encantavam com histórias, indicavam linhas de pesquisa e livros a adquirir.

SAMBARQUEOLÓGICO (ARQUEOLOGIA DO SAMBA)


E dono era um verdadeiro apaixonado por essas coisas.

Pessoas que nem tinham ouvido falar nelas ou as detestavam passaram a gostar e a ir não apenas para tomar bebidas quentes e frias ou comer tira-gostos.

O terreno onde colocou o bar era grande.

Ele expandiu.

Criou outras linhas musicais prospectivas, por exemplo, a Bossa Nobre, o Espírito Samba, o Baião de Deus, as Raízes do Semba e mais.

Como era empresário cuidadoso, criou espaço memorável aonde os artistas iam aos montes, depois comunicando aos demais. A coisa espalhou, ele decidiu colocar franqueamento, o que nenhum empresário do setor tinha pensado.

Para capitalizar chamou os amigos, entrei, juntamos bastante gente com o propósito profissional de diversificar. E agora estamos lançando ações na bolsa de valores.

Serra, sexta-feira, 04 de maio de 2012.

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