Very
Nice
De very (em inglês, real,
verdadeiro) e Nice (o célebre balneário francês) a moça e o rapaz criaram uma
loja, Very Nice (que em inglês significa conjuntamente realmente bonito,
brilhante, legal, bacana) e levava a Nice mesmo os grupos de ricos.
Cada sobradinho de
frente para o mar custa 60 milhões de dólares.
NICE VERY GOOD
Política da boa
vizinhança, vizinhança muito boa
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Os ricos não gostam
de turismo/durismo, fazem as coisas sozinhos e quando querem, são por natureza
isolados e isolacionistas. Raras vezes se reúnem (exceto no Grupo Bilderberg ou
no Clube de Roma ou na Trilateral para planejar como desgraçar os povos,
segundo dizem) e quando o fazem é nos campos de golfe, bastante amplos para
eles nunca se tocarem.
Ora, a empresa
parecia fadada ao fracasso.
Ledo engano.
Ela e ele ofereciam a
oportunidade de dilatação dos horizontes dos ricaços, dos multibilionários ou
dos que pelo menos possuíssem mais de 100 milhões. Menos, não, pobreza, não.
Ela e ela juntaram
informações sobre os ricos do passado, de imperadores e reis a Mídias, a
Mecenas, a Crasso e a outros barões, marqueses, duques e aos “barões ladrões”
americanos.
Elaboraram pequenas biografias
dos excessos, por exemplo, de quando César deu (com o dinheiro do contribuinte
romano) pérola negra a Servília no valor de seis milhões de sertécios. Ou
quando certa mesa (como reportado por Will Durant) foi comprada no império
romano por 800 mil dólares de 1943. Ou a casa de 100 milhões de dólares de Bill
Gates ou o iate de Roberto Carlos, Lady Laura IV de U$ 25 milhões.
Tudo isso foi
retratado: o tamanho atualizado das fortunas até o ano da visita. A dimensão
das terras, onde ficavam, quantas cabeças de gado tinham, quantos
trabalhadores. Os requintes, as torneiras de ouro de Onassis, as salas com
lambris de madeira de lei e até de jacarandá. Fotos das casas, dos carros,
modelos tridimensionais de tudo, inclusive jóias, os lugares nas diretorias –
os ricos iam lá para se exibir, para serem aplaudidos, para serem vistos. E
para invejar e competir, nada mais saudável que disputar (inclusive a tapa)
algo totalmente dispensável. Quem tinha subido? Quem tinha caído? Quem perdeu
posses, perdeu terrenos, perdeu coisas valiosas? Eles riam. Quem tinha comprado
quadros e objetos antigos e valiosos no mercado negro? Eles riam mais ainda.
Principalmente, quem
tinha golpeado quem?
Quem tinha passado a
perna em quem?
Engraçadíssimo.
A agência de viagens
foi um sucesso.
Impagável o riso.
Caro o passeio, mas
bom.
Desopilante.
Serra, quinta-feira,
03 de maio de 2012.
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