De
Pressa
O mundo é muito
injusto.
Deu aos miseráveis e
aos pobres excesso de pressa e aos médio-altos e ricos porções mínimas.
Rigorosamente, os
ricos quase não tem pressa.
Ao se alimentar são
de uma lentidão exasperante, conversam muito, brincam com a comida, ficam horas
ali, exatamente por não terem pressa.
Na repartição
universal da pressa quase não lhes coube nada.
Uma insignificância.
Pelo contrário, os
pobres têm-na em demasia.
Você pode ver nos
terminais do TRANSCOL: eles estão sempre correndo, cheios de pressa. E
agradecem por isso? Não, de modo nenhum, neste caso não falam de sua riqueza,
só gostam de reclamar da riqueza monetária dos ricos e médio-altos.
Tremenda injustiça,
esse excesso.
E você já viu alguma
liderança comunitária, algum líder político pedir para equipartir a pressa?
Não? Nem eu. E ninguém dá um pio, ninguém reclama, ninguém fala contra a
divisão injusta. Você já viu esses pseudo-revolucionários de camisa vermelha
reclamar de os pobres terem pressa em demasia? Na hora de dividir a pressa que
possuem descomedidamente os pobres são generosos?
Nunca.
Eu lhe digo: nunca.
Nem uma vez.
E não é só no Brasil,
quando se trata de pressa é a mesma coisa nos demais países: os pobres têm
muito e os ricos têm pouco.
Eu lhe pergunto:
alguém fica perturbado com isso?
Já houve algum
discurso de político em Brasília ou mesmo na Assembléia Legislativa do ES
pedindo para repartir melhor a pressa?
NUNCA, eu lhe
garanto.
E fica assim, uns com
muito e outros com pouco.
Na hora de jogar seus
esportes os ricos não podem ter pressa e, não podendo, estando impedidos disso,
não têm pressa mesmo. É vergonhoso. Alguns ricos sequer conhecem a pressa e as
crianças deles são criadas assim, sem pressa nenhuma.
Vá ao shopping nas
vésperas de Natal para ver quem tem pressa. Os ricos tiveram de fazer suas
compras com todo vagar, sem pressa nenhuma e na semana anterior.
Meu Deus, é demais! É
vilania, é desconsideração os pobres terem recebido toda a carga de pressa do
mundo, estarem livres para correr, para fazer tudo com afobação.
Até quando, meu Deus?
Serra, segunda-feira,
23 de abril de 2012.
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