domingo, 28 de outubro de 2018


Embrulhado pelo Presente

 

Papai e mamãe me deram uma bola de presente.

Presente não é passado nem é futuro.

Nem “já vivi” nem “viverei”, é “agora mesmo”, aqui.

Presente é uma linha fina, mais fina que a de uma navalha, na realidade existe no tempespaço de Planck, nos horizontes de simultaneidade.

A bola azul com nuvens está molhada de água de forma desigual, em relação ao raio 3/6.741 (para dar contas com zeros) = 1/2.247 = 4,5/10.000, bem pouco, 0,045 %, uma ninharia. Olhando direitinho você pode ver umas manchas que vão crescendo lentamente no ritmo celestial e muito rápido na vida curta.

Levou muito tempo para preparar.

Só para arranjar a fôrma foram 9,2 bilhões de anos; depois que ficou pronta primitivamente passaram-se 4,5 bilhões de anos para a bola chegar ao agoraqui, dos quais 3,8 bilhões de anos na incubação da Vida. Para chegar ao presente foram muitas as peripécias e peri-peças, trabalho de ourives, ourives divino, mais cuidadoso que Fabergé.

É um sistema com subsistemas.

O Sol é o fogo central.

As bolas de fora são subsistemas, mas o fogo central é um só.

A Terra-bola cozinha.

A bola-caldeirão cozinha.

Vivo nela.

Frente ao enorme Estádio de Coisas do universo é um campo pequeno, mas para nós é gigantesco. É um presente magnífico, que pela convenção começa no primeiro minuto do dia de 24 horas e termina no último minuto, 24h00min cravadas, sendo-nos dados diariamente 1.440 minutos. Não é emocionante?

Todo dia Terra Nova e gira, Terra Crescente, Terra Cheia e Terra Minguante, é um ciclo, que eu ciclo.

Serra, segunda-feira, 23 de abril de 2012.

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