Justiceiro
O advogado dividiu
seu tempo em duas partes.
CAUSAS PRIVADAS
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CAUSAS PÚBLICAS
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PESSOAIS
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AMBIENTAIS
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Indivíduos
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Cidades-munic.
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Famílias
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Estados
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Grupos
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Nações
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Empresas
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Mundo
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50/50.
“Causas públicas”
eram pro bono, para o bem, trabalho gratuito, tudo porque o advogado - “vindo
de baixo” - lembrou-se de suas raízes e dificuldades e apostou na retribuição
ao povo sofrido (dizer povo já não é dizer sofrido?).
O que parecia
restringir seus ganhos, melhorou-os, porque tendo só 50 % do tempo para si ele
estudou mais e se tornou mais competente. Realmente empenhado tornou-se expert
famoso, muito requisitado.
E já que defendia as
“causas perdidas” populares, as pessoas faziam “propaganda de boca”, quer
dizer, de boca a ouvido e com tal insistência, que a fama dele se espalhou ainda
mais na cidade e nas redondezas, até no estado; quando essas pessoas assim
atendidas melhoraram de vida passaram a ira a ele, que enriqueceu mais,
colocando escritório e contratando mais gente, tanto advogados quanto pessoal
de apoio.
Contratou arquitetos,
construiu um prédio para si.
E começou a fazer
“justiça pelas próprias mãos”.
Nunca contra aqueles
contratadores do outro lado, alegando muito justamente conflito de interesses.
Os outros advogados
foram à OAB, Ordem dos Advogados do Brasil. Também representaram junto ao
Tribunal de Justiça do ES. Nada surtiu efeito. Sendo advogado ele mesmo se
defendeu em ambas as instâncias. Quando ganhou, os querelantes ficaram mal
perante a coletividade, que esvaziou seus escritórios.
Contrataram bandidos
para simular assalto e feri-lo, até matá-lo, mas não deu certo porque foi
avisado pelos próprios contratados, que tiveram membros da família assistidos.
O advogado elegeu uma
série de pontos fracos do funcionamento governamental em todos os ambientes
(cidades-municípios e estado, pois os demais eram distantes, extrapolariam a
capacidade operacional) próximos, fixando seu olhar nas áreas de maior
sofrimento.
A fama dele
propagou-se.
Insistiram que se
candidatasse. Embora detestasse a política, foi lá para ampliar a voz.
O carro dele capotou
no viaduto antes de João Neiva, rolou na ribanceira, pegou fogo, ficou
totalmente carbonizado.
Serra, sexta-feira,
27 de abril de 2012.
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