Pai num
Instante e Pai por Toda a Vida
Um boboca num
programa nordestino tarde da noite, que assisti obrigado no posto fiscal, fez
força para ridicularizar o apresentador Luciano Huck, casado com a também
apresentadora da Globo Angélica; de
que ele seria “corno”, quer dizer, que a mulher dele transava antes com outro e
o filho registrado por ambos seria de outro.
Se
é mesmo verdadeira essa insinuação supermaldosa eu não sei nem quero saber. Em
todo caso, isso coloca a questão do chamado “pai biológico” versus o “pai de
criação”, aquele que cria (ou a mãe); no meu modo de entender o que se dispôs a
criar tem milhões de méritos, enquanto o pai biológico não tem nenhum, é um
canalha, porquanto cumpriu apenas o gesto animal de satisfazer a própria ânsia.
Qualquer um sabe defecar, urinar, se alimentar ou qualquer ato biológico
essencial; até há muitos que sabem escovar os dentes, dar nó nos cadarços e
praticar outros atos aprendidos. Um é pai um minuto (até porque depois do gozo
– sempre único – quem gera no útero é a mãe) e o outro é por toda a vida.
Evidentemente o pai adotivo é o verdadeiro pai, enquanto o outro não passa de
um fecundador, uma besta qualquer, covarde que abandonou o próprio filho. Não
passa de um animal peçonhento. Como uma pessoa pode viver 70 anos (x 365,25
dias/ano x 24 horas/dia x 60 minutos/hora, pouco menos de 37 milhões de
minutos), a relação é de 37 milhões para um entre o pai que cria e o pai
biológico. Quem apostaria no pai biológico nestas condições?
Tenho
37 milhões de aplausos para o Luciano e zero para o outro, no caso de a
acusação ser verdadeira. Mais, porque ele não cria apenas o filho, cria também a
mãe abandonada (como ela a ambos, a ele e ao filho), a Angélica (embora ela
ganhe muito dinheiro).
Eis
(no caso de ser verdadeira a pérfida acusação) que o Luciano tornou-se um direto
candidato ao Céu.
Vitória,
sexta-feira, 01 de julho de 2005.
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