terça-feira, 17 de outubro de 2017


Marcado pela Justiça

 

                        Na única vez que assisti ao programa quase inteiro da Marília Gabriela no canal pago GNT (da Globo) ela entrevistava o Léo Jaime, que esteve sumido um tempo. Tendo agora 45 anos esteve afastado um tempo em relação à evidência de antes; contou que para defender sua produção entrou na Justiça com processo contra os selos, tendo sido marcado por isso como “o cara que entrou na Justiça”.

                        O Brasil é o país mais esquisito do mundo. Em toda parte o certo é brigar pelos direitos, entrar na Justiça solicitando a obediência à constituição, mas no Brasil existe um acordo de ladrões pela qual são marcados os lutadores e os honestos. É um perigo entrar na Justiça solicitando a correção de erros e o reparo de injustiças; pelo contrário, aqui parece certo calar, pois entrar na Justiça é como se estivesse traindo o bando de safados.

                        O Brasil é tão esquisito que dizem: “vou almoçar fulano antes que ele me jante”, quer dizer, traí-lo antes de ser traído. É a tal de “rasteira preventiva”: prevendo que o fulano vai “rasteirá-lo”, passar-lhe rasteira, enganá-lo, você o trai antes, preventivamente.

                        Arg, que nojo!

                        Vitória, julho de 2005.

 

                        LÉO JAIME

Léo Jaime

Roqueiro dos anos 80, foi compositor e intérprete de alguns dos maiores sucessos da década, como "As Sete Vampiras", "Sessão da Tarde", "Gatinha Manhosa", "Conquistador Barato", "Sônia" e "Rock da Cachorra". Foi integrante do grupo João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, de onde saiu para seguir carreira solo. Suas músicas representam o rock'n'roll básico, sendo Leo Jaime um artista que se caracterizava pelo visual "rockabilly", com topete e jaquetas de couro. Também fez algumas participações como ator em novelas, e são principais discos solo ("Sessão da Tarde" e "Phoda C") foram relançados em CD.

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