quarta-feira, 9 de agosto de 2017


A Inquietante Subida das Águas e as Margens Continentais Perdidas

 

                            Quando a Glaciação de Wisconsin terminou há 10 mil anos passados vinha de ter acumulado (pelos meus cálculos) pelo menos um quilômetro de altura de gelo e neve como média acima do Paralelo 45º Norte na América do Norte e na Eurásia. Então “subitamente” tudo isso desapareceu. Evidentemente não foi da noite para o dia, mas mesmo que o degelo tenha durado mil anos (seria preciso saber com grande precisão quanto, para desenhar os cenários adequadamente), o fato é que subiu 160 metros. Se foi em mil anos terá sido na proporção de 160 metros / 1.000 = 0,16 m por ano, de modo que no tempo de vida da maioria, que naquela época tinha pouco mais de 1,50 m de altura, um ser humano teria sido coberto em apenas 10 anos.

                            Se estivesse acontecendo agora, no tempo de existência de Vitória, de 450 anos, teria subido 72 m e submergido a maior parte dos edifícios, ficando apenas os morros de fora. As pessoas teriam de se mover não-voluntariamente, forçosamente, sob pena de as marés e as ressacas de marés destruírem tudo. Se construíssem um metro de altura acima e tantos metros adiante em apenas 100/16 = 6 anos teriam de mudar de novo. De modo que devem ter se mudado para bem longe. As enxurradas deviam ser apavorantes e constantes, chovendo o tempo todo, e naquelas latitudes altas plantar teria sido pura perda de tempo, até porque o solo tinha estado coberto de neve por 105 mil anos e estava bem amassado mesmo, sem falar da ausência da flora e da fauna; aquela teve de ser reinventada e esta teve de ser trazida de longe e readaptada.

                            Então, com toda certeza eles correram.

                            Tomando que a costa brasileira tenha 8,5 mil km de comprimento dando para o Oceano Atlântico, para área de 8,5 milhões de km2, será que podemos encontrar algum tipo de padrão?

PROCURANDO UM PADRÃO [como o dado que guardo é de 8,5 mil km e a FM/AE dá 6,6 mil, aceitarei que este, ao não contar as reentrâncias, aponte menos 30 %, contando então do valor da FM/AE para cima, isto é (8,5 – 6,6) /6,6 = 0,30 e acrescentarei isso em “costas”]

PAÍS
ÁREA (milhões de km2) – dados do Almanaque Abril 2002
COSTAS (em milhares de km, medida com a Ferramenta de Medição do Atlas Encarta) + 30 %
Argentina
2,780
4,3
Índia
3,288
6,0
Brasil
8,514
8,5
Austrália
7,682
17,3
TOTAL
22,264
36,1

Dividindo 36,1/22,3 temos 1,62, de modo que poderíamos pensar que para mil km2 de área há 1,6 km de praia. Não é assim, é tudo muito diversificado, terão de ser feitas medidas precisas; mas como ordem de grandeza poderíamos dizer que para os 170 milhões de km2 de terras emersas teríamos coisa de 280 mil km de praias.

Agora pense que desceram 160 m na vertical e se contarmos um ângulo de 45º na plataforma continental (para não favorecer nem desfavorecer a hipótese) a hipotenusa é h = a (altura)/sem 45º, o que dá 226 m da faixa que corria a praia, ou cerca de 0,25 km; isso vezes 2,80. 105 dá 70 mil km2. Não é muito, metade maior que a área do Espírito Santo (45.597 km2; POSTERIOR: se valesse tal índice, no ES teríamos 45,597 x 1,6 < 74 km, mas há mais; no Brasil, para 8.600 mil km2 teríamos 13,7 mil km, há menos]. Acontece que as costas são baixas e na realidade isso pode ser muitas vezes maior. É claro que só uma parte estava ocupada pelos sapiens com pós-cavernas e pré-cidades, mas mesmo assim é interessante demais. Teria o maior significado os tecnocientistas fazerem em nossos dias levantamentos de quanto a subida de 160 m submergiria as cidades costeiras e suas áreas de vizinhança e quanto nos continentes foi de fato submergido pelo fim de W. Eles fugiram às carreiras e o que quer que tenham construído foi deixado para trás, pois eles, como nós também, viviam na beira das águas.

Naqueles lugares preferidos, especialmente na África, devem estar muitas ruínas lodo abaixo do nível d’água, enterradas pela areia colocada tanto pelo mar quanto por terra. Muitas e muitas escavações deverão ser feitas em toda parte, em particular naqueles lugares apontados.

Vitória, quarta-feira, 24 de novembro de 2004.

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