A Inquietante Subida
das Águas e as Margens Continentais Perdidas
Quando a Glaciação
de Wisconsin terminou há 10 mil anos passados vinha de ter acumulado (pelos
meus cálculos) pelo menos um quilômetro de altura de gelo e neve como média
acima do Paralelo 45º Norte na América do Norte e na Eurásia. Então
“subitamente” tudo isso desapareceu. Evidentemente não foi da noite para o dia,
mas mesmo que o degelo tenha durado mil anos (seria preciso saber com grande
precisão quanto, para desenhar os cenários adequadamente), o fato é que subiu
160 metros. Se foi em mil anos terá sido na proporção de 160 metros / 1.000 =
0,16 m por ano, de modo que no tempo de vida da maioria, que naquela época
tinha pouco mais de 1,50 m de altura, um ser humano teria sido coberto em
apenas 10 anos.
Se estivesse
acontecendo agora, no tempo de existência de Vitória, de 450 anos, teria subido
72 m e submergido a maior parte dos edifícios, ficando apenas os morros de
fora. As pessoas teriam de se mover não-voluntariamente, forçosamente, sob pena
de as marés e as ressacas de marés destruírem tudo. Se construíssem um metro de
altura acima e tantos metros adiante em apenas 100/16 = 6 anos teriam de mudar
de novo. De modo que devem ter se mudado para bem longe. As enxurradas deviam
ser apavorantes e constantes, chovendo o tempo todo, e naquelas latitudes altas
plantar teria sido pura perda de tempo, até porque o solo tinha estado coberto
de neve por 105 mil anos e estava bem amassado mesmo, sem falar da ausência da
flora e da fauna; aquela teve de ser reinventada e esta teve de ser trazida de
longe e readaptada.
Então, com toda
certeza eles correram.
Tomando que a costa
brasileira tenha 8,5 mil km de comprimento dando para o Oceano Atlântico, para
área de 8,5 milhões de km2, será que podemos encontrar algum tipo de
padrão?
PROCURANDO
UM PADRÃO [como o
dado que guardo é de 8,5 mil km e a FM/AE dá 6,6 mil, aceitarei que este, ao
não contar as reentrâncias, aponte menos 30 %, contando então do valor da FM/AE
para cima, isto é (8,5 – 6,6) /6,6 = 0,30 e acrescentarei isso em “costas”]
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PAÍS
|
ÁREA
(milhões de km2) – dados do Almanaque Abril 2002
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COSTAS
(em milhares de km, medida com a Ferramenta de Medição do Atlas Encarta) + 30
%
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Argentina
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2,780
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4,3
|
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Índia
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3,288
|
6,0
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Brasil
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8,514
|
8,5
|
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Austrália
|
7,682
|
17,3
|
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TOTAL
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22,264
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36,1
|
Dividindo 36,1/22,3 temos 1,62, de modo
que poderíamos pensar que para mil km2 de área há 1,6 km de praia.
Não é assim, é tudo muito diversificado, terão de ser feitas medidas precisas;
mas como ordem de grandeza poderíamos dizer que para os 170 milhões de km2
de terras emersas teríamos coisa de 280 mil km de praias.
Agora pense que desceram 160 m na
vertical e se contarmos um ângulo de 45º na plataforma continental (para não
favorecer nem desfavorecer a hipótese) a hipotenusa é h = a (altura)/sem 45º, o
que dá 226 m da faixa que corria a praia, ou cerca de 0,25 km; isso vezes 2,80.
105 dá 70 mil km2. Não é muito, metade maior que a área
do Espírito Santo (45.597 km2; POSTERIOR: se valesse tal índice, no
ES teríamos 45,597 x 1,6 < 74 km, mas há mais; no Brasil, para 8.600 mil km2
teríamos 13,7 mil km, há menos]. Acontece que as costas são baixas e na
realidade isso pode ser muitas vezes maior. É claro que só uma parte estava
ocupada pelos sapiens com pós-cavernas e pré-cidades, mas mesmo assim é
interessante demais. Teria o maior significado os tecnocientistas fazerem em
nossos dias levantamentos de quanto a subida de 160 m submergiria as cidades
costeiras e suas áreas de vizinhança e quanto nos continentes foi de fato
submergido pelo fim de W. Eles fugiram às carreiras e o que quer que tenham
construído foi deixado para trás, pois eles, como nós também, viviam na beira
das águas.
Naqueles lugares preferidos,
especialmente na África, devem estar muitas ruínas lodo abaixo do nível d’água,
enterradas pela areia colocada tanto pelo mar quanto por terra. Muitas e muitas
escavações deverão ser feitas em toda parte, em particular naqueles lugares
apontados.
Vitória, quarta-feira, 24 de novembro
de 2004.
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