segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


Verdade Assustadora

 

                            Podemos concluir que Deus está na Tela Final, o ponto de onde se pode ver TODA a Criação (em maiúscula conjunto ou família ou grupo de empresas), lá onde teríamos o resumo de tudo, a Equação de Mundo, como a chamei, o completamento da Esfera de Tríades, a geo-algébrica terminal do Desenho de Mundo ou Plano da Criação, digamos.

                            Todas as verdades são provisórias, relativas, parciais, como um funil que vai se estreitando, até convergirem numa soma total, única, que é A Verdade, a verdade única que representa sucintamente as coisas possíveis naquele universo em particular, a Teoria de Tudo, mesmo.

                            Enfim, Deus é um só, e todo que vai além do finito, que salta para o não-finito é o mesmo Deus.

                            EVIDENTEMENTE, sendo assim, todas as outras verdades são não apenas parciais e incompletas, como também guardam uma distância abissal, abismal d’A Verdade. A Verdade está infinitamente distante de qualquer conjunto de verdades e mais ainda de qualquer uma isolada. Como há de um lado do abismo os estarrecidos e incompletos racionais e infinitamente distante, na outra margem incognoscível, Deus, A Verdade, ela é, pelo vazio que intermedia, assustadora por definição. Deve ser porisso que, dizem os religiosos, olhar para Deus é estarrecer. Por mais que corramos nunca chegaremos a compreender, desde o racional, a Deus, porque raciocinar é parcializar, não é totalizar. Se pela razão não é possível chegar realmente a Deus (mas a razão não é inútil, pelo contrário, ela é fundamental, talvez como confissão de adoração, sei lá), o par polar oposto/complementar formestrutural, figuras/conteúdos, sentimentos/razões nos leva a crer que deve sê-lo pelo lado da Forma geral, as imagens. Ver as imagens, apenas senti-las, deve ser equivalente a ver Deus. As imagens são, diretamente, Deus, mas sem compreensão, apenas como adoração, ao passo que pensar é saber que há, é afastar a desalienação que está em apenas olhar. Nenhum modo é melhor que o outro, penso eu, nem deve tornar orgulhosos uns e outros. Os magos adoram através da forma, os cientistas através da compreensão. É a lógica. E a Lógica geral não é parcial, ela é total mesmo.

                            Vitória, sexta-feira, 22 de novembro de 2002.

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