Liberdade Ambiental
Os
ursos pandas da China dependem de brotos de bambu, de modo que se as florestas
de bambus forem destruídas a vida deles será ameaçada. Assim seria com os
coalas da Austrália, se lhes fossem tiradas as florestas de eucaliptos. Entrementes,
a menos de outros elementos de que dependam, eles poderiam ser levados onde
fossem plantados ou já existissem os bambus e os eucaliptos. Como não têm
cultura não poderiam eles mesmos se organizar para ir estendendo as florestas
dessas plantas ao redor do globo.
As
vacas e seus maridos, os bois (elas e eles devem aprontar bastante, porque
todos têm chifres), podem ir a mais lugares, onde exista grama e outros
vegetais para comer, não sei que tipo de dependência alimentar delas e deles.
E
assim por diante, os biólogos poderiam nos dar as listagens correspondentes das
variedades alimentares das espécies. Os seres humanos, sendo onívoros, tanto
herbívoros (comedores de vegetais) quanto carnívoros (comedores de animais),
podemos ir a quase todos os lugares da Terra. Tendo ampliado incomensuravelmente
nossa cultura enquanto pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e
ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo, agoraqui em processo de
globalização), podemos ir virtualmente a todos os lugares do planeta em
longitude, latitude (de um pólo a outro) e altitude, da mais alta das montanhas
à mais profunda das fossas, ou pelo menos mandar robôs.
Podemos
de fato ir até fora deste mundo, nas circunvizinhanças, e inclusive à Lua já
chegaram alguns. Mas não podemos ir muito mais longe, o espaço está largamente
vedado à humanidade, por enquanto. Não podemos circular no sistema solar, nem
na constelação, Galáxia, aglomerado, superaglomerado, universo e pluriverso. Na
verdade, estamos restritos mesmo à superfície do planeta. Um grande poder em
relação ao passado, porém não tão grande assim.
A
liberdade ambiental dos bovinos é maior que a dos coalas e dos pandas, contudo
menor que a nossa. Qual seria mesmo a LA de cada ser sobre a Terra? Pensar sobre
isso nos daria maior percepção quanto à nossa presença por agoraqui. Muito,
certo, mas tão pouco!
Vitória, quinta-feira, 19 de dezembro de
2002.
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