sábado, 21 de janeiro de 2017


Geneticamente Realçado


 

                            Num DVD da National Geographic, Clone, O Futuro da Humanidade? Vi e li um cientista falando nisso, de novos seres humanos geneticamente realçados (GR), daí eu dizer que os antigos como nós seriam geneticamente não-realçados (GNR), havendo então duas raças, a mais antiga de homo sapiens sapiens equivalentes aos neanderthais antes e os novos HSS, na realidade HSSS (super-sábios).

                            Bom, como sabemos do modelo, devemos contar as PESSOAS GR (indivíduos GR, famílias GR, grupos GR e empresas GR) e os AMBIENTES GR (municípios/cidades GR, estados GR, nações GR e mundos GR), mas isso não acontecerá em alguns anos, senão em séculos, de modo que todos os que estão vivos hoje estarão mortos.

                            Veja como progrediu rápido:

                            ANO                                ATIVIDADE                                                            

Final sec. XIX                ouriços apenas balançados

1902                                                 Óvulos seccionados de salamandras

Década das 1960         Rãs

1997                                                 Ovelha Dolly

Final 2002                      Bebê humano

Repare que a coisa não é fácil, pois a Dolly, com reumatismo e envelhecimento precoce, mesmo assim foi o único resultado válido em 277 tentativas, ou seja, 276 erros e um acerto. Não se esqueça que Deus, na Bíblia, acertou “de prima”, como diz o povo, isto é, logo na primeira vez.

Para dourar a pílula eles falam dos doentes, distinguindo entre clonagem terapêutica (CT), visando o tratamento dos que sofrem, e clonagem reprodutiva (CR) - aquela necessidade e este luxo, aquela dos pobres, esta dos excessivos. Depois redividirão a CR em duas, uma visando a reprodução de socorro, neste e naquele caso, e a outra só por fastio. E assim por diante. Entretanto, vieram os doidos dos raelianos, que dizem representar os alienígenas que originalmente teriam produzido a espécie humana por clonagem, e no fim de 2002 disseram ter reproduzido um bebê viável, sabe-se lá q que custo, se foi verdade.

A questão é que se dividirão dois galhos da mesma árvore, um o GNR antigo e outro o GR atual. Quem desejará ficar com as quatro mil doenças genéticas que qualquer um pode ter? Quem puder pagar irá migrar para o grupo dos GR. Isso, mostra o modelo, não melhorará substancialmente em nada a humanidade, PORQUE a soma continuará zero, só que num patamar mais elevado. Tudo continuará dependendo de sabedoria, pois a Biologia/p.2 já ficou para trás, estamos no super-reino da Psicologia/p.3, na mesopirâmide pessoambiental já descrita. Teremos pessoas ou ambientes melhores? Depende de muitas variáveis, nenhuma das quais está amarrada ao nosso corpo, que é o que estará sendo reproduzido melhoradíssimo. Nossa mente não será transformada em nada, absolutamente nada. Nossas doenças psicológicas/p.3 continuarão existindo, nossos conflitos continuarão acontecendo, nossos choques talvez se tornem mais agudos e terríveis, mercê de menor humildade dos semideuses. Não basta sarar o corpo, é preciso curar também a mente. Nisso nós investimos quase nada. Nós fugimos do problema de salvar nossas coletividades com aplicações de injeções de amor e dignificação humana.

É como pintar de novo o liquidificador que esteja com problemas no motor – fica mais bonitinho, mas continua sem funcionar.

Vitória, domingo, 05 de janeiro de 2003.

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